O despejo de esgoto irregular nos córregos é um problema persistente na maioria das cidades do litoral paranaense. Durante a temporada de Verão, com o maior fluxo de pessoas nas praias, a situação se agrava. Todos os anos a Sanepar faz campanhas para que os moradores e veranistas regularizem a ligações sanitárias. O presidente da companhia, Stênio Jacob, anunciou nesta terça-feira (28) que a Sanapar vai adotar uma postura radical: quem poluir o Meio Ambiente terá o abastecimento de água cortado.
A medida, explica Jacob, vale apenas para os moradores de Matinhos, município onde a rede de coleta de esgoto já atende 44% da população. Quem vive nas áreas já atendidas pelo sistema tem de ligar as saídas de esgoto de suas residências na rede da Sanepar. Quem insistir em descumprir a norma, além de poder ser multado por crime ambiental, ficará sem água. "A medida é radical, mas é a única formada de solucionar o problema da poluição. Sem água não tem como produzir esgoto", disse Jacob.
No município de Pontal do Paraná, foram investidos R$ 56 milhões em uma estação tratamento de esgoto e 82 mil metros de rede coletora. O sistema deve ser inaugura no lançamento da Operação Verão, em dezembro. Assim, balneários como Ipanema, Shangri-lá, Santa Terezinha, Canoas, Solimar, Pontal do Sul e outros já contarão, nesta temporada, com rede de coleta e tratamento de esgoto. Os moradores, porém, ainda não serão atingidos pela nova regra da Sanepar.
Jacob explica que em Pontal a implantação da rede de esgoto ainda está no início, ao contrário de Matinhos, onde todos os esforços já teriam sido tomados para os moradores regularizarem suas ligações de esgoto. "Foram enviadas cartas informativas e até encanadores nós colocamos a disposição da população", garante.
Para o procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos, coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias (Caop) do Meio Ambiente, todas as medida adotadas para evitar a contaminação ambiental são validas. Ele lembra que o lançamento irregular de esgoto em rios e córregos é crime ambiental e quem for flagrado terá de pagar multa.
No ano passado, a Sanepar entregou ao Ministério Público (MP) uma relação com 110 imóveis que foram multados pelo despejo irregular de esgoto. A empresa chegou a lacrar a saídas sanitárias de alguns imóveis. O presidente da Sanepar disse que, nesta temporada, a empresa vai continuar promovendo campanhas para orientar os donos de imóveis do litoral sobre a importância do tratamento adequado do esgoto doméstico.
O direito a receber água tratada, para Jacob, não pode ficar acima da garantia da qualidade do Meio Ambiente. "Esta medida (corte do fornecimento de água) é a última coisa que gostaria de fazer, mas não tem outro jeito", afirma.
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