Brasília O comando da CPI dos Sanguessugas vem sendo pressionado a protelar as investigações. A intenção é evitar que os nomes de parlamentares envolvidos com a máfia das ambulâncias sejam preservados durante o processo eleitoral.
Há ainda quem se preocupe com a imagem da Câmara. Já desgastada com o escândalo do mensalão, dificilmente a Casa conseguiria dar uma resposta diferente com relação aos sanguessugas. Não haveria tempo para que os processos de cassação fossem concluídos ainda nesta Legislatura, o que passaria nova impressão de pizza. No episódio do mensalão, 11 dos 19 acusados foram absolvidos.
Um dos que levantam essa preocupação é o presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Quinta-feira, Aldo chamou o presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), para uma conversa que durou cerca de uma hora.
Interlocutores dos dois políticos revelaram que Aldo teria comentado na ocasião: "Não sei se vai dar tempo, veja bem!" O recado foi interpretado como um pedido para que a CPI tenha mais cautela, abrindo mão da pressa para concluir os trabalhos.
O presidente da Câmara nega o diálogo. Segundo a assessoria de Aldo, sua preocupação é apenas com o sigilo determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que em duas ocasiões notificou a Câmara da necessidade de preservar os processos.
Alguns integrantes da CPI defendem que na primeira semana de agosto um relatório parcial seja divulgado com os nomes dos parlamentares que aceitaram receber propina em troca de apresentar emendas ao Orçamento da União para compra de ambulâncias.
Oficialmente a CPI só termina no dia 26 de dezembro, mas há um acordo para que os trabalhos sejam encerrados em 26 de agosto, quando completados 60 dias de investigação.
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