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Santa Casa, 135 anos salvando vidas

Prédio da Santa Casa passa por restauração. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Prédio da Santa Casa passa por restauração. (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

Fazia somente quatro dias que o imperador Dom Pedro II estava na então Província do Paraná. Após passar por Paranaguá e Antonina, a comitiva imperial chegou a Curitiba no dia 21 de maio de 1880. O foguetório correu solto para recepcionar o imperador. No dia seguinte, a empolgação em torno de Dom Pedro II continuou e ele foi o convidado mais importante no evento inaugural do prédio da Santa Casa de Misericórdia, que completou 135 anos de existência nesta sexta-feira (22). Foi o primeiro hospital de grande porte edificado em Curitiba.

Detalhe da fachada da Santa Casa. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Detalhe da fachada da Santa Casa.

Vitral pintado por Poty Lazzarotto em 1992. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Vitral pintado por Poty Lazzarotto em 1992.

Imagem da sala restaurada com todos os detalhes da mesma característica da época. Em 1880, o espaço era usado como sala administrativa. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Imagem da sala restaurada com todos os detalhes da mesma característica da época. Em 1880, o espaço era usado como sala administrativa.

Detalhe de um dos pisos originais mantidos no prédio. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Detalhe de um dos pisos originais mantidos no prédio.

Gravura de Doutor Murici, um dos idealizadores da Santa Casa no hall de entrada do espaço. Na época de inauguração, as escadas eram de madeiras. O granito foi colocado na década de 20. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Gravura de Doutor Murici, um dos idealizadores da Santa Casa no hall de entrada do espaço. Na época de inauguração, as escadas eram de madeiras. O granito foi colocado na década de 20.

O que aparentava ser um armário revelou-se um antigo elevador. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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O que aparentava ser um armário revelou-se um antigo elevador.

Detalhe do sistema de polia do elevador, que era puxado por cordas. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Detalhe do sistema de polia do elevador, que era puxado por cordas.

Detalhe do maquinário do relógio da torre da Santa Casa. Equipamento foi fabricado na Alemanha em 1877. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Detalhe do maquinário do relógio da torre da Santa Casa. Equipamento foi fabricado na Alemanha em 1877.

O relógio foi instalado em 1877, antes mesmo das obras serem concluídas. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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O relógio foi instalado em 1877, antes mesmo das obras serem concluídas.

Imagem do sótão do prédio, que passou por restauração. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Imagem do sótão do prédio, que passou por restauração.

Ata de inauguração da Santa Casa.. No detalhe, assinatura de Dom Pedro II. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Ata de inauguração da Santa Casa.. No detalhe, assinatura de Dom Pedro II.

Detalhe do teto original da capela, local onde foi rezada a missa na inauguração do Hospital de Caridade. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Detalhe do teto original da capela, local onde foi rezada a missa na inauguração do Hospital de Caridade.

Detalhes mantidos originais da capela | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Detalhes mantidos originais da capela

Visão panorâmica da capela. Na época de inauguração, espaço ficou lotado. Entre as figuras ilustres, estava presente o imperador Dom Pedro II. | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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Visão panorâmica da capela. Na época de inauguração, espaço ficou lotado. Entre as figuras ilustres, estava presente o imperador Dom Pedro II.

Imagem do prédio da Santa Casa em 1906. | Acervo IHGPR/Coleção Julia Wanderley

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Imagem do prédio da Santa Casa em 1906.

A capela para a missa que marcou o primeiro dia do então Hospital de Caridade estava lotada. A solução foi o povo se aglomerar do lado de fora . Estima-se que perto de duas mil pessoas tomaram a frente do hospital para presenciar esse dia histórico. Foram 12 anos para que terminasse a construção iniciada em 1868. A construção do então Hospital da Caridade foi decisiva para a urbanização do chamado Campo do Olho d’Água, local que era inabitado e hoje é a Praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba.

A ideia do hospital da Santa Casa partiu do médico José Cândido da Silva Murici. Segundo Carlos Ravazzani, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, o ‘doutor’ Murici foi o responsável por bancar financeiramente a obra. “Mas ele não viveu para ver o prédio concluído. Morreu um ano antes”, conta Ravazzani. Para não deixar o prédio inacabado, coube ao genro de Murici, que também era médico, Antonio Carlos Pires de Carvalho e Albuquerque, assumir as rédeas e finalizar as obras.

Durante o evento de inauguração, além de Dom Pedro II outras 161 pessoas assinaram a ata histórica que marcou o primeiro dia de funcionamento Hospital da Caridade.“Foi o prédio mais importante para a história do Paraná durante muitos anos”, constata o pesquisador, também médico.

Quando se deu a inauguração do espaço, o edifício contava com o hall de entrada, onde também ficava a sala de administração, quatro enfermarias, farmácia, cozinha, necrotério e a capela. “Ainda não tinha uma sala cirúrgica. Faziam-se pequenos procedimentos nas próprias enfermarias”, comenta Ravazzani. Ele relata que as principais ampliações aconteceram em 1909 e 1924. “Depois foram realizados outros ‘puxadinhos’ menores”, diz.

Pioneira

Não bastava ser o primeiro hospital de grande porte na então capital provincial. A Santa Casa foi também pioneira no ensino médico no Paraná. Antes da fundação da então Universidade do Paraná, em 1912, a Santa Casa já funcionava como Centro de Aperfeiçoamento para os médicos do Paraná e de Santa Catarina. De acordo com Ravazzani, o curso de medicina começou a funcionar na Universidade em 1914 e dois anos depois, a Santa Casa franqueou suas enfermarias para o ensino prático aos alunos, situação que permaneceu até 1961, quando o Hospital de Clínicas foi inaugurado.

Mas a missão de ensinar não havia encerrado. A cooperação e atuação conjunta entre o Hospital da Santa Casa de Curitiba, a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Católica e a Escola de Enfermagem Madre Léonie iniciaram-se em 1957. A partir dessa data, a Santa Casa acolheu, e continua acolhendo, os estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

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