A Santa Casa de Franca (a 400 km de São Paulo) negou que tenha feito descarte ilegal de material biológico cirúrgico, como feto e mamas. Na última terça-feira (21), uma criança de dez anos encontrou supostos tecidos humanos e um feto num terreno público de Patrocínio Paulista.
Os materiais estavam dentro de potes de plástico e de vidro que tinham etiqueta com o logotipo da Santa Casa de Franca. Havia ainda nomes de médicos, pacientes e datas de 2012.
O material foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) de Franca e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Por meio de nota, a Santa Casa de Franca informou que os potes podem ser remanescentes de lote enviado para coleta de exames na Santa Casa de Patrocínio e, possivelmente, foram utilizados após a rescisão do contrato entre os dois hospitais, em março de 2012. Os potes foram enviados vazios de Franca a Patrocínio, segundo a Santa Casa.
O gerente administrativo da Santa Casa de Patrocínio, Geter Ferreira, disse que o descarte de material biológico é feito por empresas tercerizadas de acordo com as normas exigidas. Ele afirmou, no entanto, que vai investigar internamente o caso.Segundo a Santa Casa de Franca, até março de 2012 o hospital prestava serviço para Patrocínio por meio do laboratório de patologia, para análises de materiais biológicos.
Nesta parceria, o laboratório da Santa Casa de Franca enviava para Patrocínio Paulista os vidros etiquetados e com formol preparado, sem nenhum conteúdo biológico. Patrocínio devolvia os vidros com o material coletado dos pacientes para análise em Franca.
O material biológico utilizado nas análises era guardado por três meses, seguindo norma da Sociedade Brasileira de Patologia. Depois, era enviado à empresa terceirizada, para incineração.
Na sexta-feira (24), a reportagem encontrou no mesmo terreno luvas cirúrgicas, frascos de remédios e bolsas de soro -- alguns dos materiais tinham etiqueta com o nome da Santa Casa.
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