A direção da Santa Casa de São Paulo anunciou ontem a reabertura do pronto-socorro do hospital localizado no centro da capital paulista. O local seria aberto à população ainda à noite. O hospital interrompeu os atendimentos de urgência e emergência no fim da tarde de terça-feira, alegando falta de recursos para comprar medicamentos e materiais e uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores.
Ainda ontem, porém, o governo estadual de São Paulo liberou, de maneira emergencial, R$ 3 milhões para a reabertura da ala de urgência da instituição. O secretário estadual da Saúde, David Uip, alertou, no entanto, que a liberação de novos recursos está condicionada à realização de uma auditoria nas contas do centro médico que ao longo dos anos tem sofrido com o aumento expressivo de suas dívidas.
De acordo com o secretário, embora o Sistema Único de Saúde (SUS) só financie de 40% a 70% de cada procedimento, os repasses extras do governo paulista seriam suficientes para cobrir os custos da Santa Casa. Dados apresentados por Uip mostram que a Santa Casa recebeu no ano passado 2,6 vezes a mais do que o repassado pelo SUS.
Além do repasse emergencial, a Secretaria Estadual de Saúde anunciou um plano de contingência para o atendimento dos 1,2 mil pacientes assistidos diariamente no pronto-socorro da Santa Casa.
Segundo a pasta, pacientes com problemas de menor gravidade devem procurar as assistências médicas ambulatoriais ou unidades de pronto-atendimento mais próximas de suas casas. Os casos mais graves deverão ser encaminhados aos cerca de 40 hospitais de referência da região metropolitana de São Paulo. O MP-SP abriu investigação para apurar se há qualquer irregularidade nas contas da Santa Casa, maior hospital filantrópico da América Latina.
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