O Grupo GR, que presta serviços de segurança e portaria para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, anunciou na quinta-feira (6) que vai encerrar o contrato que mantém com a entidade desde 2007 por causa de atrasos no repasse de recursos. De acordo com a empresa, a dívida acumulada nos últimos seis meses chega a R$ 10 milhões e 500 funcionários serão demitidos. A Santa Casa informou que outra empresa será contratada.
A instituição enfrenta uma séria crise financeira desde o ano passado e está com déficit de R$ 440 milhões. Segundo Maurice Braunstein, presidente do grupo, mesmo com o atraso, o pagamento dos funcionários está sendo feito, mas não é possível sustentar a situação. Por isso, a empresa optou pela ruptura do contrato e pela dispensa dos servidores. “Tem limite para dar crédito para uma organização que está desgovernada. Sabemos que a Santa Casa é uma operação importante para a cidade e para o Estado de São Paulo, porque é uma questão de saúde pública, mas há muita promessa.”
Braunstein afirma que, durante crise que atingiu a instituição, parte da verba estava chegando para o grupo, mas a situação se agravou nos últimos três meses. “Houve a negociação da dívida e a promessa de parcelamento em longo prazo, mas disseram que não atrasaria. Só que o conta-gotas ficou muito pequeno e não recebemos praticamente nada. A gente tomou, com muita dor no coração, a decisão de não continuar por uma questão de sobrevivência. Temos 500 funcionários e todos serão desligados.”
O presidente da empresa disse que todos os direitos trabalhistas serão arcados pelo Grupo GR. “Vamos honrar os compromissos com todos os colaboradores e quitar os direitos trabalhistas por uma questão de decência.” Braunstein disse ainda que hoje será o último dia de trabalho dos porteiros e seguranças que atuam na entidade.
Ao menos duas empresas terceirizadas já romperam contratos com a Santa Casa desde o fim do ano passado. A primeira foi a Vivante, que prestava serviços de limpeza e manutenção e que afirmou na época que as dívidas superavam os R$ 20 milhões.
Em janeiro deste ano foi a vez da Logimed, responsável pela compra de medicamentos e materiais para a entidade. A ruptura de contrato se deu após atraso no pagamento de R$ 79 milhões. A Santa Casa absorveu parte dos funcionários e designou a função de comprar, armazenar e distribuir os medicamentos e materiais à diretoria farmacêutica da instituição.
Em nota, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo confirmou o encerramento do contrato e informou que o valor firmado com a antiga gestão da entidade é “incompatível com o que a Santa Casa podia e pode, hoje, pagar”.
A entidade afirmou que outra companhia será responsável pela segurança. “Uma nova empresa assumirá a partir das 6 horas do dia 8 de agosto. Em reunião, a GR se comprometeu a manter a equipe de segurança atual em seus postos até este horário, garantindo a troca.” Não foi informado quantos funcionários serão contratados.
A instituição disse que a negociação da dívida com a empresa terceirizada foi feita ainda pela antiga gestão, comandada pelo ex-provedor Kalil Rocha Abdalla, que renunciou em abril deste ano, e que o pagamento seria parcelado. Informou também que “as parcelas estão sendo pagas em dia”.
Segundo a entidade, foi elaborado um plano de negócios para conseguir “fechar as contas no azul”. “Dessa forma, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo ressalta que a prioridade, neste momento, é garantir o atendimento à saúde pública e que todos os esforços seguem nesse sentido”, finalizou a nota.
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