Veículos incendiados e atentados contra policiais militares marcaram o oitavo dia de atuações criminosas em Santa Catarina. Com oito ataques iniciados na noite de quarta e madrugada de quinta-feira, agora já são 73 o número de ocorrências em 23 cidades catarinenses, conforme dados oficiais da Polícia Militar.
Foi o oitavo dia ininterrupto de ocorrências a mando da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC) em protesto à política de tratamento dispensada pelo comando do sistema prisional catarinense aos cumpridores de penas. A segunda série de atentados já supera, em número de ataques e cidades atingidas, a primeira realizada em novembro do ano passado pelos mesmos motivos.
Brusque, Garuva e Bom Retiro, oficialmente entraram na lista de cidades atingidas. Em Brusque, às 01h05, um micro-ônibus de uma Autoescola foi incendiado parcialmente. Próximo do local foi encontrado um galão com restos de gasolina. No mesmo município, no bairro Azambuja, um carro particular foi incendiado por três homens. Testemunhas informaram que um Corsa Hatch branco deu apoio aos bandidos e fugiu junto com os autores que estavam em motos.
Às 21h47 de quarta-feira, dois homens em uma moto efetuaram 12 disparos contra a residência de um cabo da reserva do bombeiro militar. Não houve feridos, apenas danos materiais. Outra ofensiva contra policial foi registrada no bairro Saco dos Limões, em Florianópolis, no início da madrugada. A ação foi contra um carro de um cabo da PM.Um homem suspeito foi preso logo em seguida ao atentado.
Em Navegantes, às 23h50, três veículos foram incendiados em um ferro velho. Três homens, em um carro vermelho, fugiram após provocar o incêndio. Em bom Retiro, às margens da BR-282, na região Serrana do Estado, por volta de 01h20, foi ateado fogo em um ônibus pertencente a uma empresa privada. O veículo estava estacionado ao lado de uma churrascaria que teve parte atingida pelo fogo. Dois homens em uma moto foram apontados como autores da ação.
Em Jonville, no Bairro Vila Nova, um caminhão pegou fogo na madrugada. O incêndio começou na cabine. A PM também não soube confirmar se o ocorrido tem relação com a onda de atentados. O proprietário do caminhão disse que o veículo estava parado há três meses. Descartou a hipótese de curto-circuito uma vez que a carreta estava sem bateria. Nenhum suspeito foi visto no local antes ou depois de iniciar o fogo. Em Garuva, quase na divisa com o Paraná, no centro da cidade, outro carro foi incendiado na garagem da casa do proprietário.
Em São Miguel do Oeste, cidade próxima da fronteira com a Argentina, por volta das 2h30, foram incendiados dois ônibus de transporte coletivo que estavam estacionados em frente a casa do proprietário. A PM não confirma se a ação está associada aos ataques. O registro de que às 0h30, um policial militar teria recebido um tiro na perna em ocorrência próxima do Batalhão da PM, em Palhoça, na Grande Florianópolis, foi descartado pela manhã. A PM informou que tratou-se de um tiro acidental que atingiu de raspão a perna do agente enquanto atuava em uma blitz. O policial está hospitalizado e passa bem.