Moradores de Santa Maria (RS) fizeram uma manifestação barulhenta na manhã desta quarta-feira (27) para lembrar as vítimas da tragédia que matou 239 pessoas na boate Kiss. O incêndio completa um mês.

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Às 8 horas, começou o chamado "barulhaço", com sinos, buzinas, palmas e cornetas. A homenagem que estava programada para ser de um minuto, durou cerca de 15. Centenas de pessoas se reuniram frente à boate e numa praça para prestar homenagem as vítimas.

As pessoas, muitas delas emocionadas, carregavam fotos e cartazes.

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Isolda Branco, tia de um sobrevivente, estava em frente à Kiss. "A cidade parou", diz. Para ela, Santa Maria ainda está de luto "e deverá continuar assim por muito tempo".

Leo Becker, vice-presidente da associação de pais das vítimas, diz que o grupo preferiu evitar o local da tragédia e se reuniu na praça Saldanha Marinho.

"Queremos ficar com o momento de alegria que tivemos com os nossos filhos, pensar que eles estão bem e sendo assistidos", conta Becker.

"Foi um momento de muita emoção, choramos, oramos, agradecemos a solidariedade da população que temos recebido de todas as partes."

Ainda hoje a associação irá receber uma delegação de pais de vítimas da tragédia semelhante na Argentina, em 2004, na qual morreram 194 pessoas. Segundo Becker, eles também participarão da caminhada às 19 horas.

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Os voluntários Vanessa Giovanella, atriz e produtora cultural, e Adriano, estudante de Administração da Unifra, combinaram de tomar café da manhã e fazerem barulho juntos em homenagem às vítimas.

Do alto da janela do apartamento de Vanessa, eles e mais dois amigos tocaram sinos, cornetas e bateram palmas. "Percebemos que, quando passou um minuto o barulho continuava, continuamos também", afirma Vanessa.

Para Adriano, a ação barulhenta significa um "basta à tristeza". "A cidade não é assim. É preciso voltar a viver. Estes jovens não gostariam de ver a cidade como está hoje."