Representantes de Santas Casas e hospitais filantrópicos de todo o país estarão hoje em Brasília pedindo mais verbas e o reajuste da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). A Confederação das Misericórdias do Brasil (CMB) organizou o encontro como parte da campanha "SOS Santas Casas", que incluiu, no dia 18 de outubro, uma paralisação dos hospitais por 24 horas. "Nosso relacionamento com as secretarias estadual e municipal de Saúde é excelente, mas o dinheiro vem de cima e é onde precisamos estar", diz Luiz Antonio Negrão Dias, superintendente do Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba.

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Está marcado um café da manhã com parlamentares atuantes na área da saúde. Depois, os representantes dos hospitais se dividem e visitam os gabinetes dos deputados e senadores de seus respectivos estados. Também estava prevista uma audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, agendada pelo senador Flávio Arns (PT-PR). No entanto, como Arns teve problemas de saúde e está em Curitiba, o evento pode ser adiado.

A comitiva paranaense é liderada pelo presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Paraná (Femipa), Charles London. "Esperamos contar com uma presença grande, mas esse tipo de mobilização é difícil porque cada um precisa custear sua própria viagem", explica. Segundo a assessoria de imprensa da Femipa, representantes de hospitais de Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Colombo confirmaram participação – outros diretores também podem ter se dirigido a Brasília sem avisar a entidade.

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London afirma que o ideal seria uma audiência com o ministro da Saúde, Saraiva Felipe, ou com o presidente Lula, o que não será possível. Mesmo assim, outros membros do primeiro escalão do governo já encontraram representantes das Santas Casas. "O ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, está sensibilizado", afirma o presidente da Femipa, também diretor do Hospital Evangélico.

A principal reivindicação continua a ser o reajuste de 40% na tabela de repasses do SUS, em que alguns procedimentos apresentam grande defasagem entre o valor que o hospital gasta e a quantia enviada pelo governo federal. Mesmo depois da paralisação de outubro, o governo não indicou disposição de conceder o aumento.

"Ainda não recebemos o dinheiro de cirurgias feitas de julho a setembro", reclama Ilíria Franceschi, diretora da Santa Casa de Colombo, que já perdeu recursos de três emendas parlamentares em 2005 por não ter certidão negativa – o hospital não pagou alguns impostos há alguns anos. "Ainda devemos R$ 20 mil em impostos, mas não temos esse dinheiro", diz a diretora. Em Colombo, a comunidade doa alimentos. No Erasto Gaertner, Negrão Dias conta que o telemarketing arrecada R$ 300 mil por mês. "Sem essa ajuda, provavelmente teríamos de fechar."