Não ter uma bicicleta não é mais desculpa para deixar de pedalar em Curitiba desde fevereiro, quando o sistema de aluguel de magrelas começou a operar na capital. De lá pra cá, 1.349 pessoas se cadastraram no sistema e as locações passam de 470, em apenas dois bicicletários: do Centro Cívico e do Jardim Botânico. A expectativa é de que a procura aumente a partir de maio, quando o terceiro ponto de aluguel, no Parque São Lourenço, deve começar a funcionar.
O bicicletário do São Lourenço demorou para ficar pronto porque obras no lago do parque impediam o acesso à área. O imóvel foi liberado na última quinzena de março. Depois de uma reforma, ele estará pronto para receber mais interessados em locar bikes.
Se engana quem pensa que só turistas se interessam pelos passeios: a maioria dos alugueis são para curitibanos, embora até húngaros já tenham usado as magrelas. Rafael Milani Medeiros, diretor comercial da Bicicletaria.Net, que administra o negócio, conta que nos finais de semana as 21 bikes estão sempre alugadas. Durante a semana, o uso ainda fica restrito a metade da frota.
Ele acredita que a adesão ao serviço pode aumentar se o horário de funcionamento for ampliado que hoje é das 10 às 18 horas e o custo barateado para o usuário por meio de patrocínio. Hoje, são cobrados R$ 5 por hora e R$ 15 para fazer o cadastro (com direito a três horas de uso).
Nos fins de semana, quem aluga uma bike quer mesmo é rodar pela cidade. Como elas possuem um sistema de rastreamento integrado, Medeiros disse que já é possível verificar quais os caminhos preferidos da galera do pedal. Enquanto muitos só andam nas ciclovias próximas aos pontos de locação, há quem se aventure para pedaladas mais longas.
Um dos trajetos mais percorridos é a pedalada até o Parque Barigui. Nem as subidas e descidas do caminho afastam os ciclistas. Do Centro Cívico até lá, passando pelo bairro Mercês, são 20 quilômetros para ir e voltar. O trajeto é mais percorrido nos domingos, dia em que o tráfego de carros pelas ruas é menor.
"Isso mostra que há a viabilidade de somar a prática ao transporte, mas é preciso incentivo para que as pessoas que experimentam as bikes incorporem o hábito e isso ainda depende do poder público", analisa Medeiros, que defende a adoção de políticas públicas próprias para a promoção das bicicletas como meio de transporte seguro.