Das 61 mortes registradas por gripe A (H1N1) no país, entre 1º de janeiro e 12 de maio, 55 ocorreram no estado de São Paulo, segundo balanço apresentado nesta terça-feira (21) pelo Ministério da Saúde.
O estado notificou 1.863 casos de síndrome respiratória aguda grave, sendo que 328 foram confirmados para o vírus H1N1, até o início de maio. Foram 183 mortes pelo vírus Influenza, 55 deles confirmados para o tipo H1N1.
No país, foram 388 casos graves registrados e 61 mortes. Assim, o estado de São Paulo também concentra 84,5% dos casos graves da doença este ano. O ministério alertou para a necessidade de ampliar medidas de prevenção.
"Não existe forma de interromper a evolução de um aumento de casos de gripe, o que existe são maneiras de proteger a população mais vulnerável. Se faz com vacinação, identificação precoce dos casos e adoção do tratamento adequado. Não existe precedente no mundo de medida que tenha conseguido inverter uma curva epidêmica", afirmou Cláudio Maierovitch, diretor do departamento de vigilância de doenças transmissíveis.
Segundo o diretor, a estação da gripe "começou antes". "Temos aumento no número de casos de síndrome respiratória aguda grave e Influenza nessas primeiras 19 semanas, que nos demonstram uma estação de Influenza bastante preocupante. Esses óbitos têm localização maior, neste ano, no Estado de SP. Temos identificado com maior frequência o vírus H1N1 pandêmico, que circulou ano passado com maior intensidade no Sul do país."
O ministério disse que iniciou, na sexta-feira passada, videoconferências com o governo de São Paulo para monitorar, junto com o estado, o caso. E, paralelamente, iniciou um esforço para identificação do crescimento de mortes.
"A principal suspeita é que seja um caso muito similar ao do Rio Grande do Sul em 2012, onde a maior parte dos óbitos eram de pessoas que tinham outras doenças e 65% eram dos grupos prioritários para época vacinação, e menos de 5% das pessoas que morreram em 2012 receberem o Tamiflu antes das 48 h previstas", afirmou o ministro Alexandre Padilha (Saúde).O ministro disse que já tratou do tema com o governador de São Paulo.O que evitarO infectologista Celso Granato, do Laboratório Fleury, diz que houve uma antecipação neste ano dos casos de gripe, que ocorrem mais comumente quando o tempo esfria, no início de junho.Desta vez o início foi em maio. A população deve se prevenir usando máscaras e lavando a mão com álcool gel e evitando grandes concentrações de gente, diz.
Prevenção
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade global. Entre os idosos, pode reduzir o risco de pneumonia em aproximadamente 60%, e o risco global de hospitalização e morte em cerca de 50% a 68%, respectivamente.
A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da OMS, e é respaldada por estudos epidemiológicos e na observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
A única contraindicação é para pessoas que têm alergia severa a ovo.
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