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O Milli ao lado de um monitor para onde envia as informações captadas do paciente. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
O Milli ao lado de um monitor para onde envia as informações captadas do paciente.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

O aparelho lembra um celular ou tablet, mas as funcionalidades vão bem além da possibilidade de conexão via wi-fi e da tela com sistema touch screen. Afinal, trata-se de um equipamento hospitalar.

Bichos do Paraná

Nascida a partir da iniciativa de profissionais paranaenses, a empresa foi criada na Incubadora Tecnológica do Paraná (InTec), em 2004. A partir de então, a empresa se profissionalizou e hoje emprega mais de 20 funcionários. Só na linha de produção dos aparelhos, são 15 pessoas, que fabricam, em média, 300 equipamentos por mês. A Gazeta do Povo acompanhou parte desse desenvolvimento: desde 2006, a Hi Technologies já figurou como “personagem” de matérias, principalmente sobre empreendedorismo e governança corporativa.

Inovação em tecnologia requer integração e trabalho em rede

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Batizado de Milli, o dispositivo monitora índices de saúde, como o de oxigênio e de perfusão do sangue, com uma vantagem inovadora: permite que os dados sejam transmitidos pela internet, em tempo real. Com isso, os médicos podem acompanhar seus pacientes a distância.

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Nascido e desenvolvido com DNA paranaense, o Milli foi criado ainda na faculdade por um grupo de engenheiros da computação que se formou na Pontifícia Universidade Católica (PUCPR). Já na época, em 2004, tiveram a ideia de levar a tecnologia dos smartphones à telemedicina. Após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o aparelho foi lançado comercialmente em 2011.

“Já existiam equipamentos que monitoravam esses índices de saúde. O que fizemos foi adicionar conceitos e elementos do design e das telecomunicações, de modo que chegássemos a um modelo inteligente e versátil”, explica Marcus Figueredo, diretor executivo da Hi Technologies, empresa formada pelos criadores do Milli.

O Milli é conectado a um sensor conhecido como oxímetro de pulso, que afixado no dedo do paciente faz as medições dos índices de oxigênio no sangue do paciente. Diferentemente de outros modelos disponíveis, o aparelho é portátil, sem fios.

O que ele faz

Saiba quais são os índices aferidos pelo aparelho criado pelo grupo de engenheiros para que os médicos possam acompanhar a saúde dos pacientes a distância:

Saturação de oxigênio

Mede a taxa de oxigênio no sangue do paciente.

Frequência cardíaca

Número de batimentos cardíacos por minuto.

Índice de perfusão

Intensidade da pulsação no ponto em que o sensor está posicionado.

Variabilidade de perfusão

Se o índice de perfusão está oscilando.

De cara, começou a ser usado em UTIs e ambulâncias – segundo protocolos médicos, cada dois leitos de UTI devem ter um equipamento que monitore a oxigenação do sangue. Em pouco tempo, o Milli chegou a 22 estados brasileiros e a 15 países, entre os quais Estados Unidos, Alemanha e Israel.

Humanização

Por ser quase intuitivo e por possibilitar o acompanhamento remoto, o aparelho vem sendo usado cada vez mais no atendimento domiciliar, o chamado homecare. O enfermeiro ou o próprio paciente podem fazer as medições. O médico recebe as informações na hora, pelo celular ou computador. Uma única clínica de Curitiba, por exemplo, já monitora cerca de 100 pacientes por homecare, principalmente pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) .

“Nós reinventamos a tecnologia, visando a humanização dos atendimentos. Em casa, em um ambiente mais pessoal, o tratamento tem muito mais chances de ser eficaz”, apontou o diretor de tecnologia da Hi Technologies, Sérgio Rogal. “Um equipamento hospitalar virou um aparelho doméstico”, acrescentou.

O equipamento conta ainda com um sistema operacional – semelhante aos instalados em smartphones – que possibilita que sejam instalados aplicativos diversos, desde jogos até músicas. Os programas têm ajudado a amenizar o tratamento.

“O paciente está ali no ambulatório, mas pode navegar na internet ou jogar. Isso ajuda, torna mais leve”, exemplifica o diretor de operações, Carlos Eduardo Chaves.

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