Poder se endividar em até 120% da receita corrente líquida, autorizado pelo Senado em 2001, foi uma necessidade encontrada pelas maiores cidades do Brasil – São Paulo e Rio de Janeiro. Como ultrapassavam o limite para contrair novos empréstimos, o Legislativo aprovou mecanismo para dar fôlego e aumentar a possibilidade de endividamento em médio e longo prazos. "O cobertor é curto. Boa parte da arrecadação se destina à educação, saúde e saneamento, o que também implica em despesas", diz Carlos Magno Bittencourt, coordenador do curso de Economia da Escola de Negócios da PUCPR.

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Existem outras cidades com dívidas menores que Curitiba em 2009, caso de Porto Alegre (4%) e Fortaleza (a prefeitura tinha mais ativos a receber que dívidas a pagar). São Paulo, por outro lado, apresentava 200%, acima do que prevê a lei, e em Recife o porcentual é de 25%. "Pode-se dizer que a cidade está em uma situação intermediária na comparação com outras capitais", constata José Cezar Castanhar, professor de Finanças da FGV.

Na previsão auge da dívida, em 2012, o comprometimento do orçamento não alcança os 15%. "Curitiba está saudável na questão orçamentária. O dinheiro não está sendo gasto com o pagamento de juros, está sendo direcionado para incrementar a qualidade de vida da população", afirma Bittencourt. "Existe um rigor muito grande para aprovar os financiamentos, observando o crescimento projetado da cidade. O intuito é não colocar em risco a saúde financeira do município", diz Luiz Eduardo Sebastiani, secretário de Finanças da capital.

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De acordo com Gilmar Lou­­renço, coordenador do curso de Economia do Centro Univer­­sitário FAE, o endividamento curitibano está dentro dos pa­­drões recomendados por importantes financiadores externos, como o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvi­­mento (Bird) e o Fundo Mone­­tário In­­ternacional (FMI), além de AFD e BID.

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