Defesa Civil do PR mantém estado de alerta no Litoral
Oficiais dos Bombeiros e da Defesa Civil do Litoral do Paraná continuam o trabalho de monitoramento da dispersão da fumaça do incêndio em São Francisco do Sul, em Santa Catarina na manhã desta quinta-feira (26). Durante a madrugada, foram feitas observações e testes em quatro horários e até o início desta manhã não havia indícios de que a fumaça tenha chegado com intensidade às cidades das praias paranaenses.
Governo de SC volta atrás e diz que fumaça é tóxica
Após informações divergentes sobre a toxicidade do composto gerado em explosão no porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, na noite desta terça-feira (24), o secretário de Defesa Civil do estado, Milton Hobus, reconheceu que a fumaça é "levemente tóxica" e "moderadamente perigosa". A informação é do portal G1 SC, divulgada na tarde desta quarta (25).
Cerca de 200 homens dos bombeiros, Exército, Marinha e policiais ambientais se revezaram durante a madrugada desta quinta-feira (26) no combate a um incêndio de grandes proporções que atinge há mais de 30 horas um depósito de fertilizantes, em São Francisco do Sul, cidade a 178 km de Florianópolis, em Santa Catarina. O fogo começou por volta das 23 horas de terça-feira (24) e ainda não foi controlado. O município declarou estado de emergência pelo ocorrido.
Enormes ventiladores levados pelo Corpo de Bombeiros vão ajudar no combate ao incêndio. Segundo o tenente-coronel Sérgio Murilo de Melo, comandante do 7º Batalhão de Bombeiros de Santa Catarina, os equipamentos vão ajudar a desviar a fumaça de quem está combatendo o acidente.
Veja fotos da fumaça gerada pelo incêndio
"O vento hoje estava jogando todos os gases para cima de nós. Então, volta e meia tínhamos que parar a operação", contou ele à reportagem. Dois bombeiros ficaram feridos devido ao contato com a fumaça, que mudou de direção e os pegou de surpresa. Um deles permanece internado, mas sem risco de morte.
Agora, com o ventiladores, a intenção é que os gases sejam desviados, para que se faça a retirada do resto dos fertilizantes que estão no galpão - passo fundamental para acabar com a combustão.
"Esse material está queimando de dentro para fora", diz Melo. "Temos que resfriar e chegar no foco dessa reação química."
Havia 10 mil toneladas de fertilizantes à base de nitrato de amônia no local. Apenas 10% do material foi retirado até a noite de ontem, segundo estimativa dos bombeiros. O trabalho é feito com retroescavadeiras, cedidas pela prefeitura, governo estadual e pela empresa proprietária do galpão, a Global Logística.
Além dos ventiladores, um equipamento com tubos, trazido de Paranaguá (PR), vai ser usado para jogar água dentro do material em combustão.
Fumaça
A combustão gerou uma nuvem amarelada que tomou conta de bairros da cidade, chegou ao Paraná e pode atingir até o litoral de São Paulo. A fumaça, que contém nitrato de amônia, diafosfato de amônia e cloreto de potássio, causa irritação na pele e nas vias respiratórias.
Segundo a Prefeitura de São Francisco do Sul, na manhã desta quinta-feira houve uma mudança na direção dos ventos e a fumaça tóxica segue em direção aos balneários. Na quarta-feira (25), a fumaça seguia em direção ao mar.
Segundo o Corpo de Bombeiros Voluntários da cidade, diversas pessoas foram retiradas de casas vizinhas a fábrica, que fica às margens da rodovia BR-280, devido a fumaça tóxica que sai do local. Ao menos 70 pessoas foram levadas para os hospitais da região, sofrendo algum grau de intoxicação.
Na manhã de quinta, a prefeitura deve abrir novo abrigo em uma escola no bairro Enseada para receber moradores que tiveram que deixar suas casas. Na quarta, 80 pessoas foram levadas para abrigos, no Colégio Estadual Santa Catarina, de acordo com a Defesa Civil estadual. Entre elas, um grupo de 40 idosos de uma casa de repouso.
Fumaça fez moradores de cidade vizinha deixarem suas casas
Tatiana Duarte, jornalista e administradora, mora em Itapoá, cidade que é separada por uma baía de São Francisco do Sul. Ela conta que deixou a cidade por cerca de 24 horas e pôde voltar ao município apenas na manhã desta quinta-feira (26). Ela estava no trabalho, no Centro de Itapoá, e não pôde nem mesmo pegar pertences em sua residência antes de partir rumo a Curitiba, onde passou a noite na casa dos irmãos.
"A Defesa Civil evacuou os moradores no meu bairro (Pontal) durante a manhã de ontem. Ainda não conversei com ninguém, mas parece que eles conseguiram voltar para cá as 16h30. Do porto de Itapoá é possível ver a fumaça do outro lado, mas hoje já não há mais o cheiro estranho que tinha ontem. Hoje tem uma espécie de névoa, mas não tem cheiro", relata. Ela diz que a névoa é rala e que não se trata de neblina porque hoje faz sol na cidade.
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