Depois das enchentes, moradores tentam salvar o que sobrou no bairro Morro do Meio, em Joinville, Santa Catarina| Foto: Walter Alves / Agência de Notícias da Gazeta do Povo

Emergência x calamidade pública

O chefe da seção operacional da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil no Paraná, capitão Eduardo Gomes Pinheiro, explicou a diferença entre os desastres e de que forma eles são classificados:

Desastre de nível 1 – São pequenos desastres e também podem ser considerados acidentais. Trazem impacto restrito para o município por se tratar de um evento pontual, que a própria administração local tem condições de resolver. Não caracteriza uma situação anormal.

Desastre de nível 2 – São desastres de médio porte, mas que também podem ser superados pelo município ou estado sem a necessidade de auxílio externo. Também não caracteriza uma situação anormal.

Desastre de nível 3 – São desastres de grande porte. Eventos com esta intensidade indicam que o município ou estado tem condições de resolver a situação apenas com os próprios recursos, mas necessita de complementação do governo estadual ou federal, respectivamente. Caracterizam situação de emergência (SE).

Desastre nível 4 – São chamados de desastres de muito grande porte. Indicam que a situação na qual se encontra o município o estado só será superada com o auxílio de governos e órgãos externos. Geralmente são eventos que provocam a descaracterização da organização do município ou estado. O estado de calamidade pública (ECP) representa um desastre de nível 4.

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O número de cidades que decretaram situação de emergência em Santa Catarina aumentou. De acordo com a Defesa Civil do estado, são 59 cidades nessa situação. O município de Mirim Doce, no Vale do Itajaí, decretou estado de calamidade pública no domingo (23). De acordo com o órgão, 907.181 pessoas em 69 cidades foram afetadas. Em todo o estado, 23.997 pessoas estão desalojadas (em casa de parentes), 1.926 desabrigadas (em abrigos públicos) e 630 deslocadas (deixaram as cidades), segundo relatório do órgão divulgado às 18h30 desta terça-feira (25). Cinco pessoas morreram.

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De acordo com a Defesa Civil, as 69 cidades afetadas pelas chuvas são (em destaque as que decretaram situação de emergência): Agrolândia, Águas Mornas, Alfredo Wagner, Anitápolis, Antonio Carlos, Anita Garibaldi, Armazém, Araquari, Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Barra do Sul, Biguaçu, Barra Velha, Bom Jardim da Serra, Bombinhas, Braço do Norte, Camboriú, Cocal do Sul, Corupá, Criciúma, Florianópolis, Forquilhinha, Grão Pará, Guaramirim, Gaspar, Governador Celso Ramos, Gravatal, Içara, Ilhota, Imaruí, Itapoá, Itaiópolis, Jacinto Machado, Jaraguá do Sul, Joinville, Luis Alves, Lauro Muller, Laurentino Maracajá, Massaranduba, Meleiro, Mirim Doce (calamidade pública), Morro da Fumaça, Morro Grande, Nova Veneza, Orleans, Palhoça, Passo de Torres, Pedras Grandes, Porto Belo, Santo Amaro da Imperatriz, São Francisco do Sul, São João do Sul, Schroeder, Siderópolis, Sombrio, São José do Cerrito, São José, São Pedro de Alcântara, São Bento do Sul, São Martinho, Santa Rosa do Sul, Rio do Campo, Taio, Treviso, Tubarão, Turvo, Timbé do Sul e Urussanga.

A Defesa Civil está atendendo os municípios atingidos com o envio de alimentos e materiais para atendimento imediato da população. Foram adquiridos e enviados produtos como colchões, cestas básicas, kits de limpeza e água potável. No Paraná, ainda não foi iniciada uma campanha para receber donativos, porque a Defesa Civil do estado aguarda o retorno do órgão de Santa Catarina sobre a necessidade de donativos e quais são os itens que devem ser doados.

Mortes

Uma menina de três meses morreu ao ser arrastada pelas águas em Massaranduba, na noite desta sexta-feira (21), segundo informações da Defesa Civil do estado. De acordo com dados preliminares sobre a ocorrência, a menina Andressa Vitória Windorss caiu dos braços da mãe, que atravessava um córrego para fugir de um alagamento.

Em Florianópolis, Guilherme Matos Deamarch, de 8 anos, morreu depois de cair em um córrego nesta sexta-feira (21). Segundo a Defesa Civil, a criança foi levada pela correnteza, que está mais forte por causa da chuva que atinge a cidade.

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Na tarde de sábado, foram confirmadas mais duas mortes na capital catarinense. Valéria Biavaschi, de 42 anos, morreu ao tentar atravessar de automóvel uma ponte que desabou. Rafael Alves, de 38 anos, foi encontrado morto em Canasvieiras. A Defesa Civil acredita que ele tenha sido atingido por um raio.

Em Jaraguá do Sul (SC), na tarde de quinta-feira (20), o operário Luís Carlos Raine, de 42 anos, morreu após ser atingido por um raio. Segundo a Defesa Civil, ele trabalhava em uma obra quando começou a chuva e tentou recolher alguns materiais. Ele teria sido atingido pela descarga elétrica.

Estradas federais liberadas

As chuvas que afetaram o estado de Santa Catarinatambém prejudicaram as estradas que cruzam o estado. Nesta terça-feira (25), não havia mais nenhum bloqueio nas rodovias federais, mas três pontos das estradas estaduais tinham alguma interdição.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o tráfego pelas rodovias está normalizado. Os agentes não informaram se as estradas já foram totalmente liberadas em todos os trechos, mas confirmam que não há mais necessidade de os motoristas utilizarem desvios. A rodovia mais afetada foi a BR-280, que tinha interdições em três pontos na segunda-feira (24): nos quilômetros 92 e 93, em Corupá, houve queda de barreiras; nos quilômetros 27,5 e 29,1, em Araquari, buracos em duas pontes impediram o acesso a São Francisco do Sul; e no quilômetro 04, em São Francisco do Sul, o acesso ao balneário de Enseada era afetado por um alagamento.

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Já as rodovias estaduais tinham três pontos em que operavam por meia pista, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Na SCT-280, no quilômetro 292, em Porto União, houve uma queda de pista e não há previsão para liberação da via. Na SCT-301, em São Bento do Sul, o quilômetro 140 tem um pequeno desvio pela lateral em razão da queda de pista. O caso mais grave é na SC-401, em Florianópolis, no quilômetro 2,3. A cabeceira de uma ponte sobre o Rio da Palha foi destruída e o tráfego rumo às praias do norte, em Canasvieira, está limitado. O trânsito flui em meia pista, com restrição para caminhões, que devem usar um desvio. O prazo para conclusão das obras é de 90 dias.