Em plena abertura do carnaval, a população de Florianópolis continuará refém da onda de violência que assombra a cidade nos últimos nove dias. Mesmo com a promessa de aumento do efetivo da segurança pública nas ruas e bairros, uma espécie de "toque de recolher" deverá diminuir o ambiente de festa nas noites no centro da cidade, local preferido pelos foliões.
A prefeitura determinou que os ônibus circulem das 6 horas às 23 horas até que cessem os ataques. Os ônibus que percorrerem as linhas, especialmente as que contemplam a população residente nos morros próximos da cidade, terão o acompanhamento de escolta policial já a partir de hoje, conforme iniciativa da prefeitura, que locou 20 carros para auxiliar a PM. "Não é justo que as comunidades mais carentes sejam segregadas", justificou o prefeito César Souza Júnior.
Florianópolis é a segunda cidade catarinense com maior número de ataques desde o último dia 30, quando teve início a nova onda de violência.
As polícias de Joinville, que registrou o maior número de casos, e de Brusque, que ontem teve seus dois primeiros ataques, também já deflagraram esquema especial de segurança para a circulação de ônibus urbanos, principal alvo dos bandidos.
Ocorrências
Em todo o estado já são 75 ocorrências em 24 cidades 31 ataques foram contra ônibus. A noite de quarta e a madrugada de ontem estão entre as mais violentas desde o início das ações criminosas. Foram nove ocorrências em menos de seis horas.
Ontem, o delegado-geral da Polícia Civil catarinense, Aldo DÁvila, reconheceu pela primeira vez que os ataques deste ano foram ordenados de dentro das prisões. No fim da tarde, o secretário estadual de Segurança Pública, César Grubba, disse que o estado não cogita, por hora, aceitar ajuda da Força Nacional de Segurança.