Com sinais aparentes de desequilíbrio emocional, o vendedor Dirceu Jacobi, 29 anos, acusado de torturar e manter em cativeiro por nove meses a ex-namorada, foi apresentado pela Polícia Civil, como uma espécie de troféu da ação nacional desencadeada nas regiões metropolitanas do país para encontrar foragidos. Ele foi preso ontem, por volta do meio-dia, em Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Estava escondido na casa de um primo, no Jardim Nodari II, desde a última quinta-feira.

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Foragido durante um ano, por ter matado a cunhada e ferido o concunhado, o vendedor conversou com a imprensa e negou as acusações de tortura, cárcere privado e tráfico de drogas. Mas admitiu que atirou na cunhada, embora alegue que foi um acidente.

Segundo investigações da Polícia Civil, ele manteve por nove meses a ex-namorada em cárcere privado em Colombo, depois de raptá-la em Quatro Barras. Ele a levou quatro meses após matar a sua irmã, Aline Manoeli Souza, 21 anos, que ameaçava contar para a polícia sua suposta ligação com traficantes.

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A ex-namorada só foi libertada depois de tomar veneno "mata-mato", porque não suportava mais as agressões, a tortura psicológica e a pressão feita pelo vendedor, que ameaçava matar a família dela (mãe, pai e avó) se fosse abandonado. Nesse meio tempo, ele também a teria obrigado a comer fezes e a manter relações sexuais com animais. A mulher foi socorrida no fim de semana passado pela ex-mulher do vendedor, que a levou para um hospital.

Jacobi demonstrou-se perturbado para a imprensa, mas sempre tentou se colocar como inocente. "Seu fosse esse monstro, eu teria matado ela", disse. Ele alegou ainda que a mulher o acompanhou todo esse tempo por livre e espontânea vontade. "Ela ia a mercearia, podia sair a hora que quisesse , tinha liberdade", afirmou. Por outro lado, alegou que a mulher tinha uma relação extraconjugal com o ex-marido, que seria o responsável por aberrações a ele atribuídas, como dilacerar o órgão genital dela.

O vendedor disse que fugiu porque ficou com medo da repercussão do caso na mídia. "Quando vi o meu nome no jornal no início da semana, fiquei com medo da população. Fui para a BR (rodovia) e peguei uma carona para São Paulo", alegou. Ele teria voltado na quinta-feira, seguindo com um tio para Rio Branco do Sul.