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Em Belo Horizonte

“Se vai ter Jesus, vai ter Satanás nas escolas públicas”, propõe líder de Marcha para Satanás

Imagem que ilustra a publicação do evento no Facebook. (Foto: Reprodução)

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Inspirado em movimentos como o Templo Satânico e o Global Order of Satan, e em defesa de um "Estado laico", um grupo deve realizar, no dia 29 de março, uma "Marcha para Satanás", em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Contra o que descreve como "conservadorismo medieval", um dos organizadores, que preferiu anonimato, disse ao portal BHAZ que "se vai ter Jesus nas escolas públicas, vai ter Satanás nas escolas públicas. Se os imóveis de igrejas não pagam impostos, as casas daqueles que se declaram satanistas também tem que estar isentas".

Paródia

A proposta é uma espécie de sátira do evento "Marcha para Jesus", ação cristã que acontece em vários lugares do mundo todos os anos.

"[A Marcha para Jesus] infelizmente é marcada por figuras que dizem defender a Família enquanto na verdade disseminam valores opostos ao amor e aceitação (que deveriam ser a base da Família), com atitudes de homofobia, ódio, exclusão, propagando mentiras e criando inimigos imaginários e teorias malucas da conspiração para perpetuar os seus projetos de poder", continuou o organizador.

O evento também é descrito como uma tentativa de mostrar à população que "religiões bíblicas não são soberanas e que o Estado é laico". "Queremos fazer um protesto divertido, satírico e blasfêmico, e convidar a sociedade a ter mais pensamento crítico", disse o organizador ao BHAZ.

"Cabe então a nós, os rotulados de hereges, levantar a voz pra expor as feridas e mostrar que a coisa não está correta, que não podemos continuar como está, e voltar as religiões para o caminho do amor e aceitação do próximo. E o Estado deve permanecer laico, sem ter uma religião oficial nem favorecer ninguém, mas dando espaço para cada cidadão ter a sua religião individualmente", disse um dos líderes da marcha à Gazeta do Povo. "Queremos unir essas pessoas que se identificam com a causa: aquelas que são excluídas pelos padrões morais das religiões, que não acreditam nos mitos bíblicos, mas que sentem vontade de estarem juntas com outras pessoas, que gostam desse simbolismo e de uma estética mais sombria. De qualquer forma todos são bem-vindos".

Segundo ele, é o que as religiões e seus líderes "deveriam estar construindo, em vez de ficar fazendo sinal de arminha na Marcha para Jesus e combatendo problemas imaginários nas escolas em vez de estar investindo em projetos sociais de educação e inclusão".

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