A estiagem que já levou um terço das prefeituras do Rio Grande do Sul a decretarem situação de emergência transformou a paisagem de todas as regiões próximas à margem esquerda do rio Uruguai, que separa o Estado de Santa Catarina, ao norte, e da Argentina, a oeste. Na maioria dos municípios mais prejudicados pela falta de chuvas dos últimos seis meses a distribuição de água para comunidades do interior passou a ser feita por caminhões-pipa. Os açudes e arroios estão quase secos, o gado emagreceu e os agricultores perderam a maior parte de suas lavouras de feijão e milho.

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O número de municípios que decretaram situação de emergência subiu de 160 na segunda-feira para 168 na terça-feira e chegou a 173 nesta quinta-feira (6), com a inclusão, na lista, de Gentil, Sete de Setembro, Catuípe, Salto do Jacuí e São Domingos do Sul. Em Marcelino Ramos, no norte gaúcho, a prefeitura está usando três caminhões-pipa para distribuir de 100 mil a 150 mil litros de água por dia para comunidades do interior. O decreto de situação de emergência, emitido em dezembro, venceu em março e foi renovado em abril porque a esperada chuva não chegou.

"Perdemos 50% da safra e da safrinha do milho, 30% da soja, 30% das frutas cítricas e a produção de leite caiu 60%", afirmou o secretário da Agricultura, Enio Wittmann, que calcula prejuízos de R$ 10,5 milhões para a economia local, com "reflexos importantes" para todos os 6 mil moradores da cidade.

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Os prognósticos climáticos indicam que os próximos dias terão céu parcialmente nublado, com pouca possibilidade de chuva. Uma frente fria chegou hoje ao Rio Grande do Sul e fez a temperatura cair para 2,4 graus, a mais baixa do ano, em Quaraí, durante a madrugada. O 8º Distrito de Meteorologia prevê a possibilidade de geada amanhã, quando a temperatura pode chegar a 1 grau.