A Defesa Civil do Amazonas informou hoje que subiu para 11 o número de cidades que decretaram situação de emergência por causa da estiagem no estado. Cerca de 3,9 mil famílias, que vivem nas regiões Sul, Sudoeste e Oeste do estado, são afetadas pela falta de navegabilidade dos rios da região. Lá, os barcos são o principal meio de transporte.
No Rio Solimões, os municípios afetados pela estiagem são Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Alvarães, Tonantins e Uarini. No Rio Juruá, são Itamarati, Ipixuna, Guajará e Juruá. Outras 16 cidades estão em alerta. No município de Lábrea (703 quilômetros de Manaus), banhado pelo Rio Purus, não chove há 16 dias, segundo levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A média mensal de chuvas é 90,6 milímetros.
Por causa do período eleitoral, o governo do Amazonas fez uma consulta ao Tribunal Regional Eleitoral para saber se poderia distribuir alimentos e remédios a famílias afetadas. O procurador eleitoral Edmilson Barreiros disse, em parecer, que cabe ao governador decretar ou não a calamidade pública no estado e então fazer a distribuição. Ontem, Manaus ficou encoberta por fumaça de queimadas. A cidade enfrentou uma das tardes mais quentes do ano.
Previsão
As regiões Norte e Centro-Oeste do país devem continuar com a baixa umidade do ar e as altas temperaturas por pelo menos mais uma semana. Meteorologistas do Inmet, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) garantem que não haverá chuva até a próxima segunda-feira.
Ontem, os termômetros do Inmet marcaram 14% de umidade e 31,8ºC de temperatura no Distrito Federal. Foi o dia mais quente do ano. Em Goiás, a umidade registrada era ainda menor, chegando a 11%.
Estas condições podem ser prejudiciais à saúde da população. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os dias com umidade relativa do ar inferior a 30% como estado de atenção; de 20% a 12%, estado de alerta; e abaixo de 12%, alerta máximo.
Segundo o meteorologista do Inpe, Henri Pinheiro, tais condições climáticas são normais neste período de transição do inverno para a primavera. "Há uma alta pressão que atua entre cinco e dez metros comprimindo a atmosfera, o que leva ao aumento de temperatura e umidade relativa, explica.
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