O nível da água no Rio Solimões, em Tabatinga (AM), é o mais baixo em 30 anos| Foto: Márcio Silva/Folhapress

A Defesa Civil do Amazonas informou hoje que subiu para 11 o número de cidades que decretaram situação de emergência por causa da estiagem no estado. Cerca de 3,9 mil famílias, que vivem nas regiões Sul, Sudoeste e Oeste do estado, são afetadas pela falta de navegabilidade dos rios da região. Lá, os barcos são o principal meio de transporte.

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No Rio Solimões, os municípios afetados pela estiagem são Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Alvarães, Tonantins e Uarini. No Rio Juruá, são Itamarati, Ipixuna, Guajará e Juruá. Outras 16 cidades estão em alerta. No município de Lábrea (703 quilômetros de Manaus), banhado pelo Rio Purus, não chove há 16 dias, segundo levantamento do Insti­tuto Nacional de Meteorologia (Inmet). A média mensal de chuvas é 90,6 milímetros.

Por causa do período eleitoral, o governo do Amazonas fez uma consulta ao Tribunal Regional Eleitoral para saber se poderia distribuir alimentos e remédios a famílias afetadas. O procurador eleitoral Edmilson Barreiros disse, em parecer, que cabe ao governador decretar ou não a calamidade pública no estado e então fazer a distribuição. Ontem, Manaus ficou encoberta por fumaça de queimadas. A cidade enfrentou uma das tardes mais quentes do ano.

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Previsão

As regiões Norte e Centro-Oeste do país devem continuar com a baixa umidade do ar e as altas temperaturas por pelo menos mais uma semana. Meteoro­logistas do Inmet, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) garantem que não haverá chuva até a próxima segunda-feira.

Ontem, os termômetros do Inmet marcaram 14% de umidade e 31,8ºC de temperatura no Distrito Federal. Foi o dia mais quente do ano. Em Goiás, a umidade registrada era ainda menor, chegando a 11%.

Estas condições podem ser prejudiciais à saúde da população. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os dias com umidade relativa do ar inferior a 30% como estado de atenção; de 20% a 12%, estado de alerta; e abaixo de 12%, alerta máximo.

Segundo o meteorologista do Inpe, Henri Pinheiro, tais condições climáticas são normais neste período de transição do inverno para a primavera. "Há uma alta pressão que atua entre cinco e dez metros comprimindo a atmosfera, o que leva ao aumento de temperatura e umidade relativa’’, explica.

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