Christiana pediu urgência nas ações contra aquecimento global| Foto: Fadi Al-Assaad/Reuters

Deixar o passado bem resolvido para poder começar a trilhar o futuro, mas sem esperar por ele para começar a ser ambicioso. Essa foi a mensagem passada ontem durante a abertura da 18.ª Conferência do Clima da ONU, que acontece até o dia 7 de dezembro em Doha, Catar.

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Com o objetivo de iniciar o processo que deve levar, em 2015, ao estabelecimento de um novo tratado mundial de redução das emissões de gases de efeito estufa, a partir de 2020, a conferência precisa antes resolver algumas pendências. Em primeiro lugar, como os países desenvolvidos vão se portar até lá, durante o segundo período de compromisso do protocolo de Kyoto. Depois, definir como o financiamento para países em desenvolvimento será feito.

A secretária executiva da Convenção do Clima da ONU, Christiana Figueres, lembrou mais uma vez que o tempo está acabando. "No último mês foram divulgados vários relatórios, como do Banco Mundial, do Pnuma (agência ambiental da ONU), todos nos alertando que está aumentando a dificuldade de manter o aumento da temperatura acordado pelos países – em 2ºC até o final do século –, e o custo disso também está crescendo", diz.

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Para Christiana, a situação é de urgência. "Pre­­cisamos reduzir [a redução de CO2], mas não em 2015 ou em 2020, mas agora, em todo o caminho até 2020 por causa da urgência de ação."

O embaixador André Corrêa do Lago, chefe da negociação brasileira, também afirmou que a importância de Doha está em fechar um capítulo para iniciar outro, em um processo em que os dois estão interligados. "É a base dos trabalhos dos próximos oito anos."

Para Lago, está na hora de países desenvolvidos tomarem a liderança. "Se eles, que têm os recursos, as tecnologias, não estão sendo ambiciosos, como esperar que os países em desenvolvimento o sejam?", diz. "O que vemos é que nenhum país desenvolvido fez mais do que os países em desenvolvimento estão fazendo."

Em entrevista, o negociador norte-americano Jonathan Pershing declarou que seu país tem feito um "esforço enorme" para reduzir suas emissões e que as respostas não têm de vir só dos Estados Unidos, já que o país responde por menos de 20% das emissões globais.