Três tipos de um complemento alimentar utilizado no tratamento de pacientes que têm uma doença rara chamada fenilcetonúria foram retirados de circulação do Paraná pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A medida, de caráter cautelar, foi tomada depois que pacientes apresentaram sintomas como vômito, diarreia, falta de apetite e gengivite.
Os remédios são Profenil 1, 2 e 3 não são comercializados em farmácias e só podem ser distribuídos gratuitamente aos portadores da doença fenilcetonúria. O complemento alimentar é comprado e distribuído em uma parceria entre o governo do estado e a Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe). Atualmente, 657 pacientes paranaenses precisam do complemento alimentar para poder viver com a doença.
Quem tem fenilcetonúria nasceu sem a habilidade de quebrar adequadamente um aminoácido chamado fenilalanina. Esse elemento é encontrado nos alimentos ricos em proteínas. A doença é diagnosticada a partir de exames de sangue e do teste do pezinho em bebês recém-nascidos, conforme informações divulgadas pela Sesa.
Um dos fatores decisivos para determinar a interdição, segundo a Sesa, foi o recebimento de um relatório de inspeção emitido pela Vigilância Sanitária do Estado de Goiás. Nele há o relato de que a empresa fabricante do Profenil não faria o controle da presença da fenilalanina lote a lote dos seus produtos. Além disso, um lote do Profenil-2 (07N042-22) já tinha sido interditado.
A Sesa informou que enviou amostras do produto para o Laboratório Central (Lacen), Laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed/MG) e para o Instituto Tecnológico de Alimentos (Ital) e aguarda os resultados.
A empresa Invita Nutrição Especializada informou, em nota, que está "diretamente envolvida nas investigações relacionadas a suspeita de contaminação de seus produtos." A organização diz que "enviou laudos à Secretaria de Saúde, os quais demonstram que os produtos se encontram isentos de contaminação e adequados do ponto de vista nutricional para tratamento dos pacientes em questão." O documento segue com o esclarecimento de que "a fabricação da linha de produtos Profenil é realizada sob rigoroso processo de qualidade e que a fábrica possui alvará sanitário além das licenças necessárias concedidos após inspeção da vigilância sanitária."
Substituição do Profenil
Como todos os lotes do complemento alimentar foram interditados, a Sesa informou que já comprou medicamentos alternativos para substituir o Profenil. Parte desses novos produtos já está disponível aos pacientes, que pegam esse alimento em algumas sedes da Fepe.
Segundo a secretaria, as pessoas que ainda não tiveram acesso ao novo alimento devem obtê-lo nos próximos dias.
A secretaria informou que os usuários que têm o medicamento em casa foram orientados sobre como proceder em relação ao descarte do Profenil e sobre o uso do novo produto.