A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) negou ontem, por meio de nota oficial, que haja mulheres dividindo celas com homens em Curitiba ou na região metropolitana. No total, são 163 detentas na Grande Curitiba. Dessas, segundo levantamento realizado pela Gazeta do Povo, dez estão em delegacias que também abrigam homens. No entanto, a polícia garante que as celas são separadas.
Segundo o jurista René Dotti, no entanto, a Constituição brasileira exige que haja separação dos presos de sexos distintos em locais diferentes. "As mulheres têm que ser removidas para prisões só com mulheres", afirma.
Em Campo Largo, existem quatro mulheres em uma cela. Segundo o superintendente, Luiz Alberto Debos, elas estão seguras e não correm qualquer risco, pois se encontram em uma cela só para ela, longe dos outros presos. "Elas ficam juntas, longe dos homens. Dentro da cela tem um banheiro só para elas."
Debos diz que não possui qualquer documento que diga que não é permitido que homens e mulheres fiquem na mesma delegacia, desde que não na mesma cela. "O poder Judiciário sabe que eles estão aqui", afirma o superintendente.
Na cidade de Bocaiuva do Sul, uma mulher presa está sozinha em uma cela. E em Contenda são cinco mulheres, três em uma cela e duas na outra.
De acordo com o comunicado oficial da Sesp, as presas da região metropolitana são encaminhadas para o Centro de Triagem-1 em Curitiba ou para a Delegacia de Quatro Barras, onde existe uma carceragem especial para mulheres. Quando elas precisam ficar nas delegacias, são mantidas separadas dos demais presos.
Superlotação
As delegacias com mulheres também apresentam problemas de superlotação. No CT-1 há 105 presas, mas a capacidade é para 70. De acordo com o delegado Hormínio de Paula Neto a situação não acarreta prejuízo. "A cada dia aumenta o número de mulheres no mundo do crime, muito diferente de cinco anos atrás. O espaço que temos seria suficiente para atender a capacidade dentro da expectativa normal", diz o delegado.
O 9º Distrito abriga 40 presas. O delegado responsável, Ronald de Jesus, não quis informar quantas mulheres estão em cada cela e nem qual é a capacidade máxima do local. (AS)
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