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Adriano Massuda (ao microfone) falou na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (29) | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Adriano Massuda (ao microfone) falou na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (29)| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O secretário Municipal da Saúde, Adriano Massuda, afirmou nesta segunda-feira (29), na Câmara de Vereadores, que são “inadmissíveis” os erros que culminaram na morte de uma mulher à espera de atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Fazendinha, em Curitiba, na terça-feira (23). O representante da prefeitura foi convidado a falar no Legislativo municipal pelo presidente da casa, Ailton Araujo (PSC), e pela presidente da Comissão de Saúde, Noemia Rocha (PMDB).

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Maria da Luz das Chagas dos Santos, de 38 anos, esperou por atendimento por cerca de quatro horas na unidade de Curitiba e acabou morrendo

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Massuda afirmou que os dois enfermeiros e os dois auxiliares de enfermagem envolvidos no atendimento de Maria da Luz das Chagas dos Santos, de 38 anos, foram afastados preventivamente até o término da sindicância para apurar o caso, que tem prazo de até 30 dias para ser concluída.

O secretário também afirmou que há um parecer de agosto de 2013 que regulamenta a obrigatoriedade de atendimento ao redor das unidades de saúde, o que se enquadra no caso da paciente que morreu na última terça-feira. Massuda informou que reforçou essa orientação aos demais postos de atendimento de saúde após o incidente.

“Estamos indignados com a possível omissão de socorro dos profissionais que estavam escalados para realizar o atendimento”, disse o secretário, informando que o tempo que a paciente esperou para ser atendida indica que houve omissão. Segundo ele, Maria foi classificada inicialmente como paciente verde, cujo tempo de espera médio é de 2 horas.“Isso também será alvo da sindicância. Mas, a princípio, ainda não podemos emitir qualquer avaliação. Vamos ouvir os profissionais e familiares”, disse ele.

A presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores, Noemia Rocha (PMDB) esteve na UPA Fazendinha na última quinta e disse que há sinais claros de negligência. Ela ainda afirmou ainda que ouviu reclamações sobre falta de funcionários. “Sabemos o deficit de profissionais no nosso sistema de saúde. E ouvimos que naquela unidade a situação não é diferente”, disse a vereadora. A comissão se reunirá com o secretário municipal de Saúde na próxima terça-feira (30) para discutir o caso.

Segundo Massuda, a UPA Fazendinha está na lista das unidades que receberão novos médicos a partir da próxima quinta-feira (2).” Temos UPAs com mais carência de médicos, como a do Sítio Cercado. Ao todo, serão 35 novos médicos já no dia 2. Além disso, ontem realizamos concurso para 69 médicos que irão trabalhar nas unidades básicas de saúde”.

Faixa foi colocada em frente à UPA do Fazendinha na semana passada para protestar contra a morteÁtila Alberti/Tribuna do Paraná

Antes de morrer, Maria disse ao marido que havia 50 na frente dela

Mulher faleceu após esperar por cerca de quatro horas por atendimento em frente a uma Unidade de Pronta Atendimento (UPA), em Curitiba

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O caso

Maria da Luz das Chagas dos Santos, de 38 anos, morreu na semana passada após esperar atendimento por cerca de quatro horas. Ela, que tinha quatro filhos, chegou à unidade por volta das 19 horas, sentindo fortes dores na cabeça e no peito, e morreu por volta das 23 horas. Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo marido de Maria da Luz, a mulher foi maltratada pelos funcionários da unidade. Para aliviar as dores crescentes da esposa, os dois foram até a farmácia em frente a UPA comprar remédios.

Na calçada da farmácia a mulher passou mal e caiu no chão, o que fez o marido voltar à unidade para pedir socorro. O homem pediu ajuda para mais de três pessoas na UPA, que afirmaram não poderem sair do local para atender a paciente. Ele então foi orientado a buscar ajuda com os Bombeiros ou com o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Nenhum dos dois serviços se deslocou até o local, sob alegação de, por ser em frente a uma unidade de saúde, não haver necessidade de enviar uma viatura. Os funcionários da farmácia teriam ajudado o marido a levar Maria até a UPA utilizando uma cadeira de rodas, mas ela não resistiu e morreu.

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