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Caron encaminha carta para Requião pedindo a exoneração

O site oficial do governo estadual publicou no início da tarde desta sexta-feira o conteúdo da carta que Caron encaminhou ao governador Requião pedindo a exoneração do cargo.

Na carta, o secretário se diz orgulhoso e honrado com o trabalho de quatro anos que teve no governo Requião. "Me arrisco a dizer que este é o melhor governo do Paraná das últimas décadas", avalia Caron.

O secretário relata uma conversa que teve com Requião na quinta-feira (31) onde foi tratado do Centro Judiciário de Curitiba e a reforma no Palácio Iguaçu.

Caron se disse surpreso quando leu o texto publicado no O Estado do Paraná com o título "O desabafo de Guilherme Caron".

"Não sei o que dizer. Sinto que meu filho Guilherme não tenha me ouvido em janeiro e nesta oportunidade não tenha ao menos me avisado de sua intenção ao escrever esta carta, tendo me surpreendido desta forma", diz Caron.

"Sinto que estou sendo usado e que meu filho tenha caído na armadilha", conta sem citar os possíveis responsáveis pela arapuca.

No final da carta, o secretário agradece o governador pela oportunidade de integrar o governo e que espera encontrar Requião sempre, só que "com menos tensão e um prazer ainda maior".

O secretário estadual de Obras Públicas, Luiz Caron, protocolou nesta sexta-feira o pedido de exoneração do cargo. Caron alegou motivos particulares para se afastar do governo. Este motivo particular foi uma carta do filho, Guilherme Richter Caron, publicada nesta sexta no jornal O Estado do Paraná, onde Guilherme critica abertamento o atual governo do estado e diretamente o próprio governador Roberto Requião (PMDB).

Por telefone à reportagem da Gazeta do Povo, Caron disse que Requião entendeu o conflito familiar que ele passava e diz que não concorda com as críticas feitas pelo filho. Agora, relata Caron, ele pretende voltar a trabalhar como engenheiro.

Em um dos trechos da carta, Guilherme, que já foi funcionário da Secretaria estadual de Turismo, conta que trabalhou por quatro anos dentro de "um governo com tantos indícios de corrupção", citando o governo Requião. E que conviveu "com pessoas que gastam todo seu tempo pensando em como prejudicar alguém, como tirar este ou aquele do caminho pra poder fazer alguma pilantragem, conviver com ameaças - sim, ameaças, eu e minha família fomos alvos de inúmeras ameaças via telefone, cartas e até e-mails", relembra.

Sobre o pai, Guilherme diz que "infelizmente o meu pai não saiu do governo quando foi ofendido pelo desvairado", lembrando o episódio no início de janeiro. "Os motivos daquele ataque de nervos do governador não foi apenas por causa da Cequipel ou das divisórias. Tem muito mais coisa por trás dessa explosão desnecessária", acusa.

Em outro trecho da carta, o alvo é o governador Requião. "O que eu quero é fazer é livrar o Estado do Requião e sua família. Quero que Requião responda por todos os processos que ele tem sem a proteção que um mandato lhe proporciona nessas ações". E continua: "Quero também que ele não tenha mais condições de empregar mais nenhum parente incompetente seu. Quero fazer os Melo e Silva trabalharem ao menos uma vez na vida sem mamar nas tetas do erário. Quero concorrer ao Senado. Quero tirar a vaga dele (Requião)".

Esta não é a primeira vez, neste ano, que Caron ameaça deixar a secretaria - assim como não é novidade as críticas abertas de Guilherme divulgadas nos meios de comunicação contra o governo Requião. Nos primeiros dias de janeiro, o jornal Gazeta do Povo publicou, no espaço da coluna do leitor, uma carta do filho de Caron.

Na época, Guilherme escreveu repudiando a bronca dada pelo governador em seu pai no dia 1.º de janeiro, durante a cerimônia de posse. Roberto Requião chamou, ao vivo e em público, a atenção de Caron ao visitar seu gabinete no novo prédio do Centro Cívico, o antigo fórum inacabado. O governador não gostou de algumas divisórias instaladas na sala e ordenou que tudo fosse refeito.

Poucos dias depois do episódio, Caron desistiu de pedir exoneração do cargo, após tomar café da manhã com o governador.

A assessoria do governo do estado informou que Requião lamentou a saída de Caron. Sobre as críticas feitas por Guilherme, a assessoria falo que não vai comentar e que as respostas já teriam sido dadas por Caron - citando a carta encaminhada para Requião.

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