Secretário e quatro guardas são presos acusados de tortura

Atualizado em 10/10/2006 às 19h18

Quatro guardas municipais e o secretário de segurança do município de Paranaguá (Litoral), Álvaro Domingues Neto, foram presos no fim da tarde desta segunda-feira (9) acusados de torturar e expulsar da cidade pelo menos dez moradores de rua. Três outros guardas, suspeitos de cometer o mesmo crime, estão foragidos. Na tarde desta terça, os guardas detidos foram transferidos para o Centro de Observação e Triagem de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.

De acordo com Valmir Soccio, delegado da Polícia Civil da cidade, os moradores de rua eram levados de Paranaguá para Curitiba contra a vontade. A denúncia teria sido feita pelo padre Adelir de Carli. Como mostrou uma reportagem da 2.ª edição do ParanáTV, o religioso mostrou documentos e fotos sobre a suposta tortura. Pela manhã, em entrevista ao Bom Dia Paraná, o promotor José Luiz de Oliveira disse que há registros de moradores de rua que foram levados para a região metropolitana de Curitiba e até mesmo para o estado de São Paulo.

O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, nega que tenham ocorrido maus-tratos. Segundo ele, foram criadas duas comissões especiais, uma na Câmara e uma na prefeitura da cidade, após as primeiras denúncias em maio e nada teria sido constatado. "Eles não cometeram crime grave, não assassinaram ninguém", disse Baka Filho em entrevista ao ParanáTV.

A prisão temporária dos guardas e do secretário foi decretada pela Justiça após cinco meses de investigação.

Em abril, a Gazeta do Povo denunciou a expulsão de mendigos em Paranaguá

No dia 23 de abril deste ano, a Gazeta do Povo denunciou a "limpeza social" que os guardas municipais faziam, levando os moradores de rua de Paranaguá para Curitiba e região metropolitana. Na matéria, assinada pelo repórter Mauri König, os moradores de rua relatam que os guardas chegam e os chamam para o albergue, mas o destino não é o prometido. Leia na íntegra a reportagem (exclusivo para assinantes).

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