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A invasão de traficantes ao Morro dos Macacos, no Rio de Janeiro, foi feita "aos poucos", diferentemente de outras ações do tipo, quando criminosos organizam "um bonde", composto por várias pessoas. "A população reporta que traficantes entraram de maneira dissimulada, aos poucos, a pé, de um em um ou de dois em dois, no máximo", informou o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, em entrevista concedida na tarde deste domingo. Ele reconhece que novos confrontos entre traficantes pelo controle da venda de drogas podem se repetir no Rio de Janeiro.

"Claro que a disputa entre traficantes pode acontecer novamente. Não se pode descartar, trabalhamos com todas as hipóteses. Isso historicamente aconteceu. Posso afirmar que a perda de território e o enfraquecimento de determinadas facções proporcionam isso", afirmou.

Ele disse que o serviço de inteligência da polícia não consegue antecipar todas as investidas "desesperadas" do tráfico, embora "cerca de 80%" das ações criminosas sejam interceptadas. "Nós temos antecipado muito esse tipo de situação, mas dizer que isso não vai mais acontecer, que está descartada, não dá.

Beltrame também revelou que entre as armas suspeitas de derrubar o helicóptero da Polícia Militar estão um fuzil 7.62, uma metralhadora ponto 30 ou uma metralhadora ponto 50. A aeronave foi utilizada no patrulhamento da área em conflito e abatida pelos bandidos, deixando dois policiais mortos e quatro feridos. As vítimas foram enterradas na tarde deste domingo, no cemitério de Sulacap, zona norte.

Durante este domingo, a polícia está em alerta com cerca de dois mil homens de prontidão. Desde sábado, realiza cercos e operações em áreas de influência do tráfico. Na favela do Jacarezinho, zona norte, foram apreendidos 300 quilos de maconha, duas pessoas foram mortas e quatro levadas presas. Em outras favelas, ao todo, foram apreendidos nove carregadores de pistolas, 24 carregadores de fuzis, uma granada e duas pistolas.

No Morro dos Macacos, alvo da disputa entre as facções, o clima ainda é de tensão. A comunidade está cercada pela PM e todos os veículos que entram ou saem são revistados. A corporação também utiliza cães na busca por mais corpos e armas. Os moradores continuam assustados, mas algumas famílias que estavam fora desde a madrugada de sábado, começam a retornar para suas casas.

No sábado, no Morro dos Macacos, zona norte, um helicóptero da Polícia Militar fez um pouso forçado depois de ser atingido por tiros. Doze pessoas morreram e pelo menos oito ônibus foram incendiados.

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