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Os ataques ao narcotráfico no Rio de Janeiro motivaram uma reunião extraordinária do Colégio Nacional de Secretários Estaduais de Segurança Pública (Consesp), que ocorre hoje em Brasília. São esperados todos os titulares das pastas da área para debater as consequências das ações policiais na capital fluminense.

A reunião acontece na sede da Subsecretaria de Operações de Segurança Pública do Distrito Federal, na Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade). O secretário de estado de segurança pública do Paraná, coronel Aramis Linhares Serpa, demonstrou preocupação com as consequências nacionais relacionadas aos ataques. Em entrevista à agência de notícias do estado do Paraná, ele afirmou que a polícia deve fazer o trabalho preventivo para que os traficantes cariocas não cheguem a outros estados. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que o secretário não comentaria o assunto ontem.

Estradas

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Paraná enviou agentes ao Rio de Janeiro para reforçar as barreiras nas saídas do estado fluminense. O número de policiais destacados para a operação não foi divulgado. Segundo o Ministério da Justiça, o efetivo da PRF no Rio foi triplicado.

No Paraná a atenção nas estradas federais foi redobrada, mas não há nenhuma ação extraordinária em razão das operações cariocas, de acordo com o inspetor responsável pela comunicação social da PRF, Fabiano Moreno. "A ideia é cercar a área primária (saídas do RJ) nas divisas com Minas Gerais e São Paulo", explica. A Polícia Rodoviária Estadual do Paraná não tem nenhum trabalho específico.

O Centro de Operações Po­­liciais Especiais (Cope) informou ontem que tem mantido contato com a Coordenadoria de Re­­cursos Especiais da Polícia Civil fluminense. O delegado Rodrigo Brown de Oliveira explicou que o Cope informará a toda a polícia paranaense caso ocorra alguma fuga para o Sul do país. Além disso, Brown lembra que o Cope também tem monitorado a movimentação de traficantes no estado. Ele acredita que uma migração dos cariocas não deve ocorrer. "Se algum vier para cá será um caso isolado, uma fuga apenas, mas os próprios traficantes locais podem denunciá-lo", comenta.

Cooperação internacional

O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou nesta semana que o Brasil e a Bolívia podem articular um plano de combate ao tráfico de drogas na fronteira ente os dois países. Em outubro, Barreto discutiu o mesmo assunto com representantes dos governos da Argentina e do Paraguai.

O Brasil tem um plano estratégico de monitoramento das fronteiras para tentar acabar com a entrada de drogas e armas no país. O projeto Vant (veículo aéreo não-tripulado) tem o objetivo de distribuir bases em locais estratégicos para controlar os voos do avião não-tripulado.

O Paraná conta com um projeto piloto em São Miguel do Iguaçu, oeste do estado, desde outubro de 2008. Segundo a Polícia Federal, há uma base na cidade com 13 policiais federais especializados no controle do avião. A aeronave já tem 270 horas de voo.

O governo federal pretende consolidar o trabalho das aeronaves até 2014 com um investimento de US$ 340 milhões. Serão 14 aviões que circularão pelo espaço aéreo brasileiro para obter dados sobre a movimentação de pessoas.

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