Rio de Janeiro Ontem o governo fluminense reuniu, mais uma vez, secretários de Estado para tentar explicar a contratação de organizações não-governamentais (ONGs) suspeitas de ligação com supostos empresários que fizeram doações para a pré- campanha de Anthony Garotinho pelo PMDB. Ao lado dos secretários estaduais de Saúde e Trabalho, Gilson Cantarino e Marco Antônio Lucidi, o chefe de gabinete da governadora Rosinha Matheus, Fernando Peregrino, voltou a classificar o noticiário sobre os contratos milionários dessas instituições com a Fundação Estadual de Serviço Público (Fesp) como "deturpador".
Peregrino, que vê perseguição a Garotinho nas denúncias, afirmou que a contratação de ONGs, como as três que têm dirigentes em comum com as empresas que contribuíram com R$ 650 mil arrecadados e posteriormente devolvidos pelo marido da governadora para sua pré-campanha, é "legal, legítima, transparente e ética". O escândalo lançou suspeitas sobre a Fesp e outros contratos que mantém com 12 ONGs. Uma delas, o Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Cidadania (CBDDC), dirigido pelo presidente do PMDB de Petrópolis, Carlos Alberto Lopes, recebeu sozinha, em 2005, pouco mais de R$ 105 milhões da Fesp para elaborar um diagnóstico com sugestões para aprimorar a rede hospitalar estadual.