São Paulo (Folhapress) – Prédios do Incra em 14 estados do país foram invadidos ontem por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), que prometem para esta semana uma série de ações para pressionar os governos estaduais e federal.

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Em nota distribuída à imprensa, a direção nacional do movimento afirma que o governo Lula descumpriu sete pontos de um acordo feito em maio deste ano, após a Marcha Nacional da Reforma Agrária, de Goiânia a Brasília. As manifestações no país fazem parte de um movimento batizado de Jornada de Luta pela Reforma Agrária.

Os sem-terra cobram, entre outras coisas, mais agilidade nos processos de desapropriação de terras e de assentamento de famílias, abertura de novas linhas de créditos e fortalecimento da agroindústria para assentados, além da contratação de 1.300 novos funcionários para o Incra.

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Manifestações

No Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo, cerca de 300 militantes invadiram, de madrugada, a Fazenda Ipezal, em Sandovalina. As terras pertencem ao presidente nacional da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia. Os sem-terra cortaram a cerca e montaram barracos numa área de pastagem. Na capital paulista, a ocupação da sede do Incra foi pacífica e não houve incidentes.

Em Pernambuco, as manifestações começaram no domingo, com a invasão da usina Aliança, no município de mesmo nome. Os sem-terra incendiaram máquinas e a sede da propriedade e, em seguida, deixaram o local. A área é reivindicada pelos trabalhadores rurais desde 1998.

Em Fortaleza (Ceará), cerca de mil integrantes do MST participaram da invasão da sede Incra e da montagem de um acampamento do lado de fora do prédio. No Pará, o MST anunciou a invasão com 500 pessoas do prédio do Incra em Marabá, região de maior conflito na questão agrária.

O Espírito Santo teve invadida a sede do Incra em Vila Velha pela manhã. Durante a madrugada, cerca de 200 pessoas invadiram duas propriedades no interior: a Fazenda Bacia do Riacho, em Aracruz, e terras no município de Pinheiros.

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Em Minas Gerais, 250 sem-terra estão desde a manhã de ontem na sede do Incra em Belo Horizonte, aguardando reunião para discutir a pauta de reivindicação dos sem-terra no estado. Segundo Paulo Sérgio Barbosa de Oliveira, dirigente do MST, a permanência no órgão foi negociada com a direção do Incra. A pauta foi entregue ontem por volta das 10h30 e a reunião foi marcada para as 8 horas de hoje.

No Rio Grande do Sul, cerca de 150 sem-terra invadiram a Fazenda Bom Sossego, em Palmeira das Missões. Em Santana do Livramento, cerca de 400 sem-terra invadiram uma área arrendada pela AmBev, que está abandonada há mais de nove anos. Em Nova Hartz, um grupo de 150 pessoas invadiu um terreno do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem, à beira da rodovia RS-239.

Em Santa Catarina, cerca de 200 sem-terra invadiram a sede do Incra, em Florianópolis, por volta das 8 horas. Duas horas depois, 150 integrantes do movimento invadiram o posto avançado do órgão em Chapecó.

Em Cuiabá, capital mato-grossense, 200 pessoas invadiram o prédio por volta das 7 horas. Em Aracaju (Sergipe), 400 sem-terra invadiram o edifício da instituição por volta das 8 horas. Também foram anunciadas invasões em Goiás, Alagoas, Maranhão, e Rio de Janeiro.

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