A atitude do pai inconformado provoca a indagação sobre o que leva uma pessoa aparentemente normal, sem antecedentes criminais, a agir com violência. "Sobre o psiquismo humano não há controle mesmo", explica a psicóloga Juliana Radaelli. Para ela, não há regra para determinar quando a pessoa passa da "normalidade" para uma situação patológica. "Todos estaríamos sujeitos, em menor ou maior grau, a tomar uma atitude como essa diante de um impacto", acrescenta.
O caso específico do pai que resolveu vingar a morte do filho pode inclusive ter sido motivado pela tentativa de se achar um culpado para a situação. A ingestão de medicamentos anti-depressivos, em tese, não pode ser considerada um fator de motivação porque teria o efeito contrário.
O professor de direito Fausto Belém acredita que o farmacêutico precisa ser considerado capaz de entender o que estava fazendo para ser julgado. Caso contrário, ele pode ser encaminhado para um manicômio. "Juridicamente é um caso comum, mas socialmente é um caso destacado", relata. Neste momento, diz o professor, seria necessário equalizar a dor do pai com o azar do motorista que passava na hora em que o rapaz caiu da moto.
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