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O segundo exame feito para confirmar se o guineano Souleymane Bah, 47 anos, que foi isolado em Cascavel, depois de ser declarado suspeito de ter contraído ebola, teve resultado negativo. A informação foi repassada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (13). O resultado aponta que está, portanto, descartada a possibilidade de o Ebola ter chegado ao Brasil. A informação deve ser comunicada pelo Ministério da Saúde à Organização Mundial da Saúde ainda nesta segunda-feira (13).

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"A informação é de que o estado geral dele é excelente, está bem... não é ebola, com certeza", afirmou o ministro da Saúde. As pessoas que tiveram contato com ele, e que ficaram em observação, foram liberadas do monitoramento, segundo o ministro.

O ministro disse que as medidas de prevenção da doença permanecem iguais. "Todas as medidas de prevenção e de vigilância em relação ao ebola permanecem. Ao mesmo tempo em que passamos tranquilidade à população, entendemos que se trata de uma enfermidade de risco pequeno, mas que não podem ser descartadas as medidas de prevenção", avaliou o ministro.

A contraprova confirma o resultado negativo do primeiro exame realizado no Instituto Evandro Chagas, no Pará, para o primeiro caso suspeito no Brasil do vírus letal, cujo surto mais grave já registrado matou mais de 4.000 pessoas até o momento, a maioria em Guiné, Libéria e Serra Leoa, na África Ocidental.

Souleymane Bah teve sangue coletado para o exame de contraprova no fim da manhã deste domingo (12) por médicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz. O material, lacrado numa caixa com quatro camadas de proteção, foi encaminhado para embarque às 14h. O primeiro teste, realizado na sexta-feira (10), também tinha dado negativo.

A infectologista Marília Santini, uma das médicas responsáveis pelo atendimento ao africano, explicou que o protocolo de enfrentamento à doença exige a realização de dois exames porque, num primeiro momento, mesmo que o paciente tenha a febre hemorrágica, o resultado pode dar negativo porque há pouca quantidade do vírus no organismo. No segundo teste, essa quantidade é maior e então é possível confirmar a doença laboratorialmente.

Monitoramento

O homem de 47 anos, que chegou ao Brasil em 19 de setembro procedente de Guiné e que declarou-se refugiado político, foi considerado um caso suspeito depois de ter recorrido na quinta-feira passada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Cascavel, no Paraná, após apresentar febre.

Ele foi transferido na sexta-feira sob um esquema especial para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio, onde permaneceu em isolamento para evitar contaminação mesmo após o primeiro resultado negativo para o doença em exame realizado na sexta-feira.

Com a confirmação do resultado negativo na contraprova, o paciente sairá do isolamento e o sistema de vigilância das pessoas que tiveram contato direto ou indireto com ele durante período de possível transmissão da doença será desmontado, de acordo com o ministério.

"(Essas pessoas estão) consideradas liberadas. Não há risco, (o resultado do exame) deu negativo, não há mais motivo pelo qual manter qualquer monitoramento dos contactantes", afirmou Chioro.

Brasileiros nos países de risco

O ministro acrescentou que o número de brasileiros nos três países da África Ocidental onde o surto está concentrado é muito pequeno: são 32 brasileiros na Guiné, 25 na Libéria e 2 em Serra Leoa, incluindo diplomatas e funcionários de empresas de construção civil, e que o governo está monitorando a situação, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores.

Precaução

Chioro esclareceu que não há previsão de o Brasil receber estrangeiros contaminados com o Ebola para tratamento e que o Instituto Nacional de Infectologia, no Rio, e o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, são referências nacionais para brasileiros, inclusive aqueles que eventualmente se contaminarem no exterior e precisarem ser repatriados.

"É uma solicitação da própria Organização Mundial da Saúde. Que cada país cuide dos seus (pacientes)... nesse caso não seria uma ajuda para trazer enfermos de outros países, a não ser de brasileiros", afirmou.

Chioro voltou a afirmar que existem várias linhas de bloqueio contra a doença: nos países de origem do surto, onde autoridades estão impedindo que pessoas com sintomas viajem; nos países de escala de voos, já que não há voos diretos entre esses países africanos e o Brasil; e nos portos e aeroportos brasileiros, onde já existe um monitoramento.

"Isso não impedirá que pessoas que possam estar em período de incubação possam circular. É um número muito pequeno de viajantes com esses países e se por acaso acontecer, elas têm de procurar o sistema de saúde", disse o ministro, acrescentando que a doença pode se manifestar em até 21 dias após a infecção.

"A chance de a gente ter problema fora disso (dos protocolos de atendimento) vai reduzindo praticamente a zero se a gente conseguir cumprir fielmente o que está previsto no nosso protocolo de procedimentos", acrescentou.

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