Segundo país com mais pessoas infectadas por zika (perde apenas para o Brasil), a Colômbia começa a investigar os primeiros casos de bebês com microcefalia possivelmente relacionada à doença transmitida pelo Aedes aegypti. Até 29 de março, já haviam sido notificados 50 casos da má-formação no país. O número está acima do esperado para o primeiro trimestre, tomando como base que em anos anteriores o país teve cerca de 140 casos da má-formação.
Do total notificado até o momento, 16 já foram descartados por não ter sido encontrado o vírus nos bebês. Outros 34 ainda seguem em investigação. No começo de março, a revista científica Nature chegou a noticiar que pesquisadores colombianos identificaram a presença do zika em um recém-nascido com microcefalia e em outros dois bebês com anomalias cerebrais. Mas as autoridades de saúde do país não confirmam essa informação.
Desde que começou a epidemia de zika no país, em outubro do ano passado, o governo da Colômbia reforçou os cuidados com as gestantes e mulheres em idade fértil. Entre as medidas tomadas, foi ampliada a distribuição de preservativos e de anticoncepcionais. A política é uma consequência da orientação do próprio Ministério da Saúde local, que pediu às mulheres do país que postergassem para o segundo semestre deste ano os planos de gestação.
Na avaliação do governo colombiano, a partir do meio do ano e com a chegada do inverno, o surto de zika deve diminuir. Os últimos boletins epidemiológicos já têm mostrado uma queda no número de pacientes infectados. O dado mais recente, de 22 de março, mostra que o país chegou ao patamar mais baixo de novos casos desde o fim do ano passado – foram 2,2 mil registrados na penúltima semana de março.
Agora, as autoridades se prepararam para o aumento de casos de microcefalia. O governo colombiano diz esperar que os casos da má-formação relacionados à doença transmitida pelo Aedes aegypti comecem a surgir e crescer nos próximos meses, principalmente a partir de junho.
A expectativa é que se registre de 450 a 600 casos da má-formação no país neste ano devido ao zika. Desde setembro do ano passado, quando os primeiros casos da doença passaram a ser registrados no país, cerca de 60 mil colombianos já foram infectados pelo vírus. Desses, 10,3 mil são grávidas.