Uma pesquisa realizada pela organização não-governamental estrangeira War Child em um site de relacionamento virtual – o Habbo – teve resultado intrigante entre os brasileiros de 12 a 17 anos. Dos 4,4 mil participantes de língua portuguesa (entre portugueses e brasileiros), 49% acreditam que vão presenciar a 3ª Guerra Mundial. A média de todo o globo, nessa questão, foi de 41%. E a única nação a superar o Brasil foram os Estados Unidos, com taxa próxima a 60%.

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Para a professora doutora em Psicologia Paula Gomide, da Faculdade Evangélica do Paraná, esse alto porcentual reflete a falta de orientação dos adolescentes e a violência mostrada pelos meios de comunicação. "A televisão oferece mais violência do que a vida real", diz. "Os jovens são influenciados por isso. E existe uma facilidade maior, entre os adolescentes, em desvirtuar a realidade."

O filósofo Hector Saint-Pierre, coordenador da área de Paz, Defesa e Segurança Internacional de uma pós-graduação oferecida em conjunto pela Unesp, Unicamp e PUC-SP, diz acreditar que, como o Brasil sempre esteve afastado das guerras, talvez haja um receio de que, em breve, ele possa se envolver. "Esses meninos têm acesso à internet, deveriam ter uma informação mais mundializada", diz. "Mas talvez eles possam ter uma impressão de que o país não esteja preparado para esse conflito. Porém, de qualquer maneira, a pesquisa mostra a alienação existente entre os jovens na internet."

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Insegurança

Outro dado relevante do estudo é que Brasil e Portugal têm um dos dados mais altos em relação ao sentimento de insegurança dos jovens – 57% –, perdendo apenas para o Japão (64%). Saint-Pierre defende que o alto índice japonês reforça a tese da alienação. "O Japão é um país que não oferece altos números de violência", afirma. "Já os brasileiros apresentam todas as condições para se sentirem inseguros."