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Segurado do INSS ignora novo horário

Embora as filas tenham continuado a se formar no período normal de atendimento nas agências do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) de Curitiba, no horário especial, que começou a ser praticado ontem, o movimento foi pequeno. As cinco agências da capital ampliaram em quatro horas o atendimento ao público, ficando abertas das 8 às 18 horas. Na agência do Hauer, quem chegou depois das 15 horas não precisou esperar mais do que cinco minutos. Na agência XV de Novembro, uma das mais movimentadas, dez pessoas estavam na fila de triagem por volta das 16 horas e o tempo médio de espera não passava de meia hora.

A gerência da agência XV de Novembro não soube informar, entretanto, se a espera média de duas horas, registrada no horário antigo, repetiu-se na manhã de ontem. Antes da abertura da unidade, por volta das 7 horas, a fila do lado de fora era grande. "Ainda vamos precisar de um mês para analisar se houve mudança no tempo de espera", explicou a gerente-executiva da agência, Cinara Wagner Fredo.

Segundo Cinara, é difícil prever, nesse momento, quanto a análise dos processos vai atrasar por conta do novo horário. Para atender a resolução federal que determinou a ampliação do período de atendimento sem a contratação de novos servidores, o pessoal responsável pela análise dos processos foi remanejado para o atendimento.

Para o torneiro mecânico Anderson Fabiane Soares Vieira, 26 anos, que está sem trabalhar há cinco meses por motivo de doença e que procurou o INSS para tentar renovar seu pedido de benefício, a demora na análise do processo é ruim. "Para quem tem família e depende do INSS é complicado. Prefiro perder um dia na fila, mas ter uma análise rápida", disse.

Além das cinco agências de Curitiba, o atendimento foi ampliando em até quatro horas em Cascavel, Guarapuava, Paranaguá e Ponta Grossa. Em outras nove cidades do interior do estado, o funcionamento foi estendido, mas não chegou até as 18 horas (veja quadro ao lado). Nas demais 36 agências, o atendimento ocorreu no horário antigo, das 8 às 14 horas, por falta de pessoal ou necessidade.

A Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS) deu um prazo de uma semana para o governo se manifestar sobre a contratação de mais servidores e substituição de equipamentos defasados. Os trabalhadores ameaçam fazer uma greve de alerta de 48 horas. "O governo não está tratando o assunto com a seriedade que ele merece", disse o diretor sindical da entidade no Paraná, Lincoln Ramos e Silva. Em Curitiba, os servidores se reúnem em assembléia na quinta-feira.

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