Policiais militares mataram o coronel José Hermínio Rodrigues porque ele prejudicou o esquema de mesadas pagas pelo tráfico de drogas a policiais corruptos do grupo de extermínio Matadores do 18, que atuava na zona norte de São Paulo. A acusação foi feita pelo segurança Wellington de Carvalho Franco, preso sob suspeita de ser um pistoleiro de aluguel
Os PMs seriam donos de pontos de drogas e tomavam dinheiro de traficantes rivais que trabalhavam na área do 18º Batalhão, unidade subordinada ao coronel Hermínio, que comandava a zona norte de São Paulo quando foi assassinado, em 2008. Cada traficante era obrigado a dar R$ 300 por mês. Franco disse que sabe de tudo isso porque trabalhava com os PMs. Ele confessou três assassinatos, todos praticados em companhia de policiais. Ao se autoincriminar, ele busca os benefícios de uma delação premiada.
Os comparsas do segurança também atuariam como pistoleiros, a mando das máfias dos caça-níqueis e dos combustíveis. Veio de Franco a primeira pista que pode levar à elucidação de um dos mais misteriosos assassinatos ligados ao jogo paulista: a execução a tiros, em 2003, do banqueiro do jogo do bicho Francisco Plumari Junior, o Chico da Ronda, dono de milhares de caça-níqueis.
O segurança foi ouvido duas vezes no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na primeira, forneceu novos detalhes da morte do coronel. Disse que seu amigo, o soldado Pascoal dos Santos Lima, foi o executor. O soldado, que nega o crime, foi indiciado pelo DHPP em 2008. Franco afirmou que Pascoal e um sargento queriam ver o coronel morto para que pudessem retornar ao 18º Batalhão - Hermínio os havia afastado da unidade.
Após receber o primeiro depoimento do segurança Wellington Franco, o promotor Norberto Jóia decidiu pedir ao 2º Tribunal do Júri que o caso do coronel José Hermínio Rodrigues seja remetido à Justiça Militar. "Trata-se de um crime propriamente militar." Jóia é cauteloso. Diz que as acusações do segurança têm de ser confirmadas por outras provas. O DHPP tem o depoimento de outra testemunha que confirmaria em parte as declarações de Franco. Seu nome é mantido em sigilo - ela já está no programa de proteção à testemunha.
Defesa
O advogado Nilton de Souza Nunes disse que o soldado Pascoal dos Santos Lima nega a autoria da morte do coronel José Hermínio Rodrigues e as acusações de Wellington Franco. Pascoal, que hoje trabalha internamente na Corregedoria da PM, foi absolvido por sete votos a zero no único processo de homicídio que enfrentou.
"Ele não participou de nenhum delito. Qualquer um pode fazer acusação. Vamos ver em que condições essa pessoa está acusando meu cliente. Vamos ver o que essa pessoa dirá em juízo. Cabe ao Estado produzir provas. Meu cliente é inocente. A vida dele foi bagunçada. Ele enfrenta um momento difícil.
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