Bispos D. Odilo pode surpreender em disputa pela CNBB

São Paulo - Dom Odilo Scherer, que toma posse hoje como arcebispo de São Paulo, é o "candidato’’ novo que embaralhou a eleição para a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A entidade se reúne a partir de terça em Indaiatuba (SP), na sua 45.ª Assembléia Geral, para escolher os novos mandatários de seus cargos de direção – presidente, vice e secretário-geral. A cada quatro anos, os cerca de 300 bispos brasileiros decidem pelo voto a face política do catolicismo no Brasil. Até o anúncio da escolha de d. Odilo para comandar a terceira maior arquidiocese do mundo, as cartas dessa disputa pareciam marcadas. Bispos, desde os tidos como mais "conservadores’’ – que criticam o uso de instrumental sociológico para a compreensão da igreja – até os mais "progressistas’’ – ou seja, aqueles que dão ênfase à missão política e social do catolicismo –, davam como certa a escolha de d. Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Vitória da Conquista (BA), para presidir a CNBB, ainda considerado favorito por ser moderado e conciliador.

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São Paulo – O Exército quer proteger o papa sem escondê-lo. Será uma tarefa difícil para os 10 mil homens que vão trabalhar na segurança de Bento XVI nos cinco dias da visita ao Brasil. A idéia do plano das Forças Armadas é garantir a visibilidade de Joseph Ratzinger para os fiéis sem comprometer a segurança. Está quase tudo pronto. Sabe-se que helicópteros com câmeras ligadas a uma central de inteligência, atiradores de elite e até uma companhia de descontaminação química, biológica e nuclear estarão de prontidão.

Não que os militares tenham receio de um atentado da Al Qaeda. Trata-se de uma prevenção, pois o que os preocupa mesmo são duas coisas: controlar os ímpetos da multidão de fiéis e a presença de fanáticos religiosos.

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Do efetivo que trabalhará sob a chefia do Centro de Operações de Segurança Integrada (Cosi) vão participar 3 mil homens do Exército, 5 mil policiais civis e militares, 2 mil homens da Companhia de Engenharia de Tráfego, 400 agentes da Polícia Federal e 15 homens da Guarda Suíça. O Cosi estará sob o comando do general João Carlos Vilela Morgero, da 2.ª Divisão do Exército.

Os planos de Vilela prevêem o emprego de quatro helicópteros Super Puma da Força Aérea para transportar Bento XVI e sua comitiva entre São Paulo e Aparecida. Da Aviação do Exército em Taubaté virão dois helicópteros Pantera que escoltarão os Super Puma. Por terra, um comboio de 15 carros acompanhará os vôos. Se um pouso de emergência for necessário, o Papa continuará o trajeto em uma das duas Mercedes 430 blindadas na fábrica da Alemanha que vão transportá-lo no Brasil. Por onde Ratzinger passar, o espaço aéreo ficará fechado para outras aeronaves.

Além de escoltar as viagens aéreas, os helicópteros Pantera vigiarão os deslocamentos do Papa por terra. Essas aeronaves estarão com câmeras que enviarão imagens à central de inteligência do Cosi.

Em São Paulo, elas contarão com o reforço de um helicóptero Esquilo da Polícia Federal.

"Ele vai ajudar a controlar a multidão no Campo de Marte e no Estádio do Pacaembu", diz o delegado José Luiz Trivella, coordenador do trabalho da PF. Será tarefa dos federais e da Guarda Suíça a segurança mais próxima do Papa.

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Depois do primeiro perímetro, haverá um segundo sob os cuidados do Exército.

Em São Paulo, o mosteiro de São Bento será cercado pelos homens do 2.º Batalhão de Polícia do Exército.

Nos caminhos do Papa haverá postos das 11.ª e 12.ª Brigadas de Infantaria Leve e policiais militares para conter os fiéis. Eles terão a ajuda da CET para fechar o trânsito para a passagem do Papa.

Em Aparecida, a lógica será a mesma. Se não se pode esconder Bento XVI, o jeito será revistar todo mundo. Nem mesmo cardeais da Igreja escaparão do raio X.