Um funcionário do James Bar, em Curitiba, suspeito de ter agredido o estudante Guilherme Carvalho Koerich, de 18 anos, será indiciado por lesão corporal gravíssima. A informação foi divulgada ontem pelo delegado Rogério Martin de Castro, titular do 3º Distrito Policial, que investiga o caso.
Testemunhas disseram à polícia que o rapaz foi agredido e por isso ele teria caído, segundo o delegado. O funcionário era responsável pelo controle da entrada e saída dos clientes do estabelecimento. De acordo com Castro, não há base legal para pedir a prisão preventiva do funcionário do bar. "Ele se apresentou espontaneamente à polícia e não está coagindo testemunhas", disse o delegado. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias.
Guilherme passou por uma cirurgia no sábado para amputar a perna esquerda por consequência da grave lesão que teve no membro inferior. Uma infecção obstruiu a artéria da perna e complicou o funcionamento dos rins. De acordo com o advogado da família, Edison Rangel Júnior, a junta médica da Clínica de Fraturas Novo Mundo, onde ele esteve internado, decidiu pelo procedimento para salvar a vida do rapaz. Se não fosse feito, ele poderia ter infecção generalizada. O rapaz teve alta na tarde de terça-feira.
O advogado do James Bar, Edward Carvalho, disse que o caso foi um acidente e que o jovem é o responsável pelo que houve. "Ele não pagou a comanda, cometeu um crime, saiu correndo, e o segurança cumpriu sua obrigação, ou seja, tentou impedi-lo, indo atrás. Os dois caíram e, infelizmente, ele sofreu esse acidente", disse em entrevista à Gazeta do Povo no último domingo. Carvalho afirmou ontem que as investigações estão no início e que ainda é cedo para se manifestar sobre o caso.
Manifestação
Cerca de 300 pessoas, entre familiares e amigos do estudante, se reuniram ontem à noite na Praça da Espanha, no bairro Batel, para participar do manifesto "Segurança sim, agressão não". O ato, realizado de forma pacífica, foi organizado pela rede social Facebook e ocorreu nas proximidades do James Bar.
Os participantes utilizaram apitos e seguraram balões brancos com adesivos da campanha Paz Tem Voz, promovida pelo Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom). Entre os presentes estavam o pai, a mãe e a irmã do jovem supostamente agredido no estabelecimento. "Fisicamente, ele está se recuperando. A questão emocional é um dano imensurável", disse Jonas Koerich, pai de Guilherme. Por causa da manifestação, o James Bar não funcionou ontem. "É com grande pesar que todos os funcionários deixam de trabalhar hoje [ontem], contudo, faz-se necessário por respeito à manifestação", informou o comunicado divulgado pelo bar.
Vida e Cidadania | 2:44
Amigos e familiares do estudante que teve a perna amputada protestaram contra a violência em casas noturnas e pediram paz. Após discursos, o grupo rezou, fez um minuto de silêncio e soltou balões brancos.