Está preso o segurança José Alexandre Gonçalves, 29 anos, acusado de torturar e atear fogo em um adolescente de 16 anos, em Curitiba. O mesmo homem também é acusado de espancar e torturar mais dois jovens. Gonçalves foi preso pelo Núcleo de Proteção à Criança Vítima de Crime (Nucria).
Conforme informações da polícia, publicadas no site de notícias do governo do estado, a agressão aos jovens ocorreu quando o segurança e mais três vigias encontraram os garotos no telhado de uma igreja, no Centro Cívico, cheirando tiner. A Justiça já decretou a prisão preventiva de Lourival Buava Pinto Junior que está foragido e a polícia aguarda que a empresa de segurança repasse os nomes dos outros dois funcionários suspeitos de envolvimento no crime.
Nesta quarta-feira, o Nucria fez a reconstituição do crime. No relato dos garotos agredidos consta que na madrugada de 02 de novembro, os três subiram no telhado da igreja para cheirar tíner. O dispositivo de segurança do local teria disparado. Três homens, da empresa de segurança Metronic, chegaram e começaram a revistar os adolescentes. "Os meninos contaram que os seguranças não encontraram nada com eles, além do tíner. Mas um dos vigias os ameaçou dizendo que estariam numa situação complicada, porque o carrasco chegaria para acertar as contas", disse a delegada Ana Cláudia Machado, titular do Nucria, em depoimento publicado no site da AENotícias.
Ainda conforme com os relatos dos adolescentes, logo depois, um quarto segurança, que ainda não foi identificado, chegou ao local e deu ordem para que seus três colegas batessem nos garotos. Um dos meninos foi colocado de cabeça para baixo por um segurança que ameaçou jogá-lo de cima da igreja. Na seqüência eles foram espancados e torturados com choques elétricos de um equipamento de defesa pessoal usado pelos seguranças.
"Durante a tortura, um segurança jogou tíner em um garoto de 16 anos e voltou a dar choques no corpo do adolescente. Acredito que uma faísca tenha começado o incêndio. O crime foi tão bárbaro que os seguranças, antes de fugirem, ameaçaram os garotos para que saíssem do local, senão todos seriam incendiados. Na seqüência os seguranças deixaram a igreja", contou a delegada.
Queimaduras
Os três garotos fugiram e só conseguiram acionar o Siate de um telefone público próximo ao shopping Mueller, a três quilômetros do local do crime. O garoto foi levado ao Hospital Evangélico, mas teve 63% do corpo coberto por queimaduras de 3.º grau e de 2.º grau profundas, segundo o diagnóstico do hospital. O menino continua internado e corre risco de morrer.
Segundo a delegada, o Nucria só foi notificado do caso 19 dias depois. "Como ele morava em um abrigo público, a família só foi saber do crime no dia 21 de novembro, quando a mãe registrou um boletim de ocorrências no Nucria. Ela só conseguiu saber do caso, porque o seu filho, no hospital, encontrou uma assistente social que o ajudou a informar à família", contou a delegada.
O Nucria já tem o registro de mais dois boletins de ocorrência contra seguranças da empresa Metronic. Um no ano passado, quando um adolescente foi agredido no Supermercado Big, e outro há cerca de dois meses, quando outro adolescente foi agredido no terminal de ônibus do Pinheirinho.
Empresa nega responsabilidade
O diretor da empresa de segurança Metronic, Juilson Luiz Vieira, disse que tão logo chegou a informação sobre o fato foi aberta uma sindicância interna para apurar a denúncia. Segundo Vieira, até o momento nenhuma prova que possa envolver os seguranças foi constatada.
Ele diz ainda que se realmente for apurada a culpa dos vigilantes, a Metronic não tem responsabilidade sobre a ação. "Caso ocorra a comprovação, esse foi um fato isolado relacionado aos vigilantes, a empresa não tem nada a ver com isto", frisou.
Sobre a informação de que o Nucria tem mais dois registros de ocorrência contra a empresa, Vieira disse desconhecer. O diretor observou que a Metronic irá auxiliar a polícia em todas as investigações.
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