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O senador Jorge Seif (PL-SC) criticou nesta quinta-feira (14) o uso de cotas em concursos e vestibulares baseadas em critérios raciais e de gênero. Segundo o parlamentar, deveria se levar em conta a "meritocracia", ou seja, o esforço individual e do mérito para garantir oportunidades justas.
"A meritocracia, para quem não está acostumado com a ideia, propõe que o acesso às posições, às oportunidades, aos recursos tem que ser baseado em mérito individual, o que inclui dedicação, estudo, esforço pessoal, talento, perseverança, resiliência. E para que a meritocracia funcione de forma justa é imprescindível que todos tenham acesso às mesmas oportunidades, só que isso não é a realidade no nosso país, especialmente quando se trata de ensino público", disse Seif durante discurso no plenário do Senado.
Na avaliação do parlamentar, embora as cotas tenham surgido como uma tentativa de corrigir desigualdades históricas, há preocupação de que essas políticas inferiorizem as minorias. "A esquerda insiste nesta narrativa de inferiorizar as minorias!", apontou.
Como uma alternativa mais justa, ele defendeu as cotas sociais e enfatizou que a necessidade econômica e social deve ser o principal critério para a concessão de oportunidades, independentemente da cor da pele.
"Não existe branco pobre, não? Se nós formos a uma comunidade carente no Rio, favelas, palafitas, trapiches, em todo o Brasil não tem branco pobre, não? Ou só tem pretos pobres? Então, cota social é o seguinte: independentemente da cor da pele, se a pessoa não teve tantas oportunidades, faz parte de uma faixa etária, se a família não chega a ter aquele mínimo de renda, ele tem que ter acesso sim", declarou.
Para exemplificar o critério da cota racial, Seif lembrou do caso de irmãos gêmeos univitelinos que foram aprovados na Universidade de Brasília, "um foi considerado pardo e entrou pelas cotas, o outro não foi - os caras eram irmãos univitelinos!" "Então são critérios subjetivos que dão margens para todo tipo de injustiças", reforçou.
Seif também criticou a proposta de cotas trans, argumentando que critérios subjetivos, como identidade de gênero, não devem ser usados para determinar acesso a cargos e oportunidades. Ele ressaltou que todos devem ser tratados igualmente perante a lei, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
"É um critério que não é objetivo, não se prova se a pessoa é trans ou não, se é homo ou não. O que tem a ver o critério de opção sexual, como a pessoa se enxerga, como ela se sente, com cotas em empresas e estatais, em bancos públicos e cargos públicos, em universidades? Vai virar uma folia", afirmou.