Em 2015, Curitiba registrou seis mortes de ciclistas relacionadas a acidentes no trânsito até o mês de abril, de acordo com levantamento da prefeitura. Duas mortes ocorridas neste mês, a da advogada Mari Kakawa e a do artista plástico Alessandro Ruppel Silveira, o Magoo, chamaram ainda mais a atenção para precariedade da infraestrutura urbana disponível para as bicicletas.
De acordo com Gustavo Garrett, coordenador de mobilidade da Secretaria de Trânsito (Setran), todas as áreas em que os acidentes ocorreram estão sendo analisadas pela engenharia de tráfego da cidade. “O objetivo é verificar se há algum aprimoramento que possa ser feito para oferecer mais segurança aos ciclistas. Temos 26 ações previstas no plano de mobilidade e pretendemos diminuir os acidentes com isso”, afirmou.
Apesar dos esforços da prefeitura, o cicloativista Fernando Rosenbaum, da Bicicletaria Cultural, afirma que há dificuldade na execução de melhorias. “Acho que devemos pressionar mais a Câmara de Vereadores e a Secretaria de Obras para que os projetos de melhoria das vias para bicicletas saiam do papel”, disse. A Bicicletaria prepara para este sábado (25) um passeio em homenagem a Alessandro, que sairá da Praça de Bolso do Ciclista, às 10 horas.
O coordenador de mobilidade de Curitiba lembrou que cidade é signatária do Projeto Vida no Trânsito, por meio do qual se comprometeu em reduzir pela metade as mortes em trânsito – incluindo as de ciclistas – até 2021.
Protesto
Da mesma forma como ocorreu após a morte advogada Mari Kakawa, um grupo de ciclistas fará um ato em memória do artista plástico Alessandro Püppel Silveira, que morreu após ser atropelado por um caminhão no bairro Ahú, em Curitiba, no último dia 18. O grupo vai sair no sábado (25) da Praça de Bolso do Ciclista em direção ao local do acidente que vitimou o artista.
O protesto deve ocorrer da mesma forma como foi a homenagem à Mari, segundo Hermann Friedrich, marido da advogada. “Vamos sair da praça em direção ao Ahú e lá vamos pintar uma bicicleta de branco”, explica. O ato é chamado de ghost bike, em memória ao ciclista que morreu atropelado.
Na tarde desta quarta-feira (22), por volta das 15 horas, os familiares de Mari e de Silveira foram recebidos pelo prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), na prefeitura. Segundo Friedrich, o prefeito os recebeu para mostrar seus sentimentos pela morte dos dois ciclistas. “Pedimos a ele que se engaje com a causa dos ciclistas, para que isso não se repita com mais ninguém”, disse.
Mortes
Silveira foi atropelado por volta das 21 horas do dia 18 por um caminhão na Rua Brasilino de Moura. O artista plástico descia a rua pedalando quando foi atingido pelo veículo perto de uma lombada eletrônica, que tem limite de velocidade de 40 km/h. O motorista fugiu do local sem prestar socorro à vítima.
A advogada Mari Kakawa faleceu ao ser atropelada na Avenida Comendador Franco (Avenida das Torres). Ela estava na alça de acesso da avenida à Linha Verde quando foi atingida por um carro. A vítima chegou a ser socorrida e passou por uma cirurgia no Hospital Cajuru, mas não resistiu aos ferimentos. Ela foi vítima de um traumatismo craniano.