A greve no transporte coletivo de Curitiba ganhou uma dimensão maior do que a esperada inicialmente. Em vez de manterem uma frota mínima nas ruas, como foi exigido pela Justiça, seis das onze empresas que atuam na capital interromperam totalmente a circulação dos ônibus na manhã desta terça-feira (12). Outras três tiveram circulação parcial e apenas duas colocaram a frota total em operação,
Balanço atualizado às 10h30 pela prefeitura de Curitiba mostra que Redentor, Sorriso, Glória, CCD, São José e Araucária zeraram as atividades. Está nas mãos delas a operação dos ônibus expressos Circular Sul (que teve circulação de um veículo em cada sentido), Santa Cândida/Capão Raso, Pinheirinho/Rui Barbosa, Boqueirão e Centenário/Campo Comprido. Estas quatro estão paradas, com nenhum veículo atendendo passageiros. Em Araucária, os passageiros que queriam vir a Curitiba também ficaram na mão, apenas as linhas internas da cidade estão operando normalmente.
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Leia o post do jornalista Rogério Galindo.
Segundo a prefeitura, circulação completa foi mantida apenas pelas empresas Santo Antônio e Mercês. Motoristas destas operadoras receberam o salário atrasado e, por isso, não cruzaram os braços nesta terça-feira. Já outras três empresas mantêm circulação parcial: Expresso Azul (80%), Tamandaré (caiu de 50% pela manhã para 25% perto do meio-dia) e Marechal (30%). Confira a relação das linhas afetadas.
O indicativo de greve havia sido aprovado em dezembro do ano passado, quando motoristas e cobradores já haviam provocado uma greve parcial, por não terem recebido o salário. Os atrasos vêm sendo frequentes desde o ano passado – mesmo após a tarifa técnica ter sido reajustada para R$ 3,21 (posteriormente para R$ 3,27), em setembro. Mais cedo, com dificuldades para fechar as contas, as empresas de transporte e a Urbanização Curitiba S/A (Urbs) elevaram o tom e admitiram que pode haver um rompimento, que levaria ao fim da concessão.
Circulação de ônibus mínima nos terminais
Pela manhã, o movimento nos terminais urbanos de Curitiba era abaixo normal. A percepção é dos trabalhadores destes espaços e também dos passageiros que, sem alternativas para o deslocamento, tentaram a sorte nos terminais.
No terminal do Portão, os funcionários disseram que a circulação de ônibus era próxima a 10% do registrado em dias comuns. Alimentadores como o Cabral-Portão, da empresa Santo Antônio, passava dentro do horário previsto. Já os expressos Santa Cândida/Capão-Raso e Pinheirinho/Rui Barbosa não deram sinal de vida.
No Pinheirinho, a situação não foi diferente. Muita gente arriscou perder as primeiras horas de trabalho na esperança de que um ônibus aparecesse. As irmãs Evanir e Zita Gusse esperavam há mais de uma hora pelo ônibus Pinheirinho/Carlos Gomes. Indignadas, elas acusavam os trabalhadores de não estarem cumprindo com o estabelecido pela Justiça no dia anterior. “Nem a metade, como a Justiça mandou, eles estão pondo”, reclamou Evanir.
Na região Norte da capital, o terminal mais movimentado durante a manhã foi o do Cabral, onde dezenas de pessoas aguardavam, sem expectativa, a passagem de um expresso. Taxistas de pontos na região estavam felizes: o dia estava bom para trabalho. Por outro lado, muita gente que não podia desmarcar compromissos tinha que bolar alternativas de deslocamento, uma vez que, até agora, não há disponibilidade formal de vans.
Em meio à greve, Urbs e empresas cogitam rompimento de contrato
Leia a matéria completaVitor Fogaça, de 52 anos, pensava em ir a pé do Cabral até o Centro de Curitiba. “Está um alvoroço essa situação, e acho que não vale a pena ficar esperando se [o ônibus] não vem mesmo. O jeito é ir a pé. Assim aproveito e faço uma caminhada”, brincou.
Os demais terminais da região Norte da capital – Boa Vista e Santa Cândida – estavam às moscas. No terminal do Santa Cândida, no fim da manhã, circulavam apenas as linhas Bairro Alto, Santa Felicidade, Interbairros III. A linha Olaria tem frequência menor nesta manhã, informaram os passageiros.
De maneira geral, as linhas metropolitanas não tiveram desfalque. Por isso, a ligação deles com os terminais de Curitiba se manteve inalterada.
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