A cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Vitmologia, 23% das mulheres estão diariamente sujeitas a este tipo de agressão. Em Curitiba, de janeiro a agosto de 2005, 1.500 mulheres procuraram a Delegacia da Mulher para registrar queixa de lesão corporal. O número é representativo e significa que, por dia, seis mulheres são agredidas na capital paranaense.
No comparativo com a quantidade de ocorrências registradas em 2004, o número se torna ainda mais preocupante. No ano passado foram atendidas 1.624, durante os doze meses do ano. Já em 2005, em média, 190 mulheres foram agredidas por mês durante os oito meses (de janeiro a agosto) do ano. Se o número se mantiver na mesma média mensal, o ano deve fechar com cerca de 2.300 ocorrências registradas, o que representa um aumento de 37% de 2004 para 2005.
Outros números que chamam a atenção no relatório da Delegacia da Mulher são os de registros de ameaças (829 casos), estupro (59) e difamação (58). No balanço geral, a chamada lesão corporal é a pratica violenta que mais preocupa as autoridades.
Campanha Bem Querer Mulher
Para tentar diminuir as estatísticas, foi lançada nesta quinta-feira, em Curitiba, a campanha "Bem Querer Mulher", de prevenção à violência contra a mulher. A iniciativa é a primeira ação do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) no Brasil. O lançamento contou com a presença da presidente da entidade, Ana Falu, e a presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Fernanda Richa.
A participação de todos os setores se torna fundamental para o sucesso da campanha. "Não pode haver espaço para a violência contra a mulher. A parceria entre o poder público, o setor privado e a comunidade em geral é fundamental para a conscientização, que se dá pelo diálogo e respeito ao próximo", afirmou Fernanda Richa.
As iniciativas para reduzir os números crescentes de violência contra a mulher englobam trabalhos de orientação permanente nas casas de famílias, locais de trabalho das mulheres e em espaços de difusão de responsabilidade social - como escolas, associações de moradores e clubes de mães.
O Unifem tem como objetivo principal a criação de mecanismos que possibilitem à sociedade uma forma organizada de contribuição. "A violência contra a mulher não é apenas uma questão privada, mas sim um assunto de interesse público e que exige políticas próprias de combate. Isso requer uma forte e constante mobilização de toda a sociedade", disse a presidente do Unifem Brasil.
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