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Seis policiais civis foram detidos, na madrugada desta quinta-feira (2), em Curitiba, acusados de extorquirem dinheiro de traficantes e empresários que comercializam bebidas alcoólicas. Segundo as investigações, eles cobravam propina para não prender as vítimas ou para facilitar o comércio ilegal. Quatro "bate-paus" – pessoas que trabalham irregularmente em delegacias, passando-se por policiais – também foram presos.

Conduzidas pela Corregedoria da Polícia Civil, as investigações começaram em novembro do ano passado, a partir de denúncia apresentada pelo dono de uma distribuidora de bebidas. As investigações contam com interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça e com filmagens dos acusados. A informação inicial da Polícia Civil era de que os presos tinham envolvimento com o tráfico.

Quatro dos policiais presos estavam lotados no 13º Distrito Policial, no bairro Tatuquara, e dois trabalhavam na Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe). Apesar disso, a extorsão era realizada em outras áreas da capital, fora da área de circunscrição dos policiais.

De acordo com o corregedor-geral, delegado Paulo Ernesto Araújo Cunha, os policiais detectavam pequenos pontos de tráfico e abordavam o local. Em algumas situações, os acusados cobravam para não prender os traficantes, em outras, cobravam propina para fazer vistas grossas ao tráfico. Os agentes teriam chegado a plantar drogas na casa de um traficante, para, em seguida, extorquir dinheiro dele.

Em outra ponta, os policiais acusados vistoriavam distribuidoras e casas de comércio de bebidas alcoólicas. Ao constatarem que parte da mercadoria estava sem nota fiscal, os agentes cobravam propina para não autuar os proprietários.

"O valor cobrado variava de R$ 5 a R$ 10 mil. Também foram apreendidas armas, celulares e outros objetos. As investigações ainda terão continuidade", informou Araújo.

As dez pessoas foram detidas com base em mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça. Um dos policiais estava em estágio probatório e será expulso da corporação. Os outros cinco passaram por processo administrativo e também pode ser excluídos da Polícia Civil.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) se pronunciou sobre o caso por meio de nota oficial. Segundo a Sesp, a "nova ação da Corregedoria da Polícia Civil, deflagrada na manhã desta quinta-feira (2), demonstra a determinação do Governo do Estado e do secretário Cid Vasques de completa intolerância contra desvios de conduta de qualquer servidor público, bem como a atuação efetiva dos mecanismos de controle interno. Todo indício de irregularidade é apurado pela Secretaria da Segurança Pública e suas unidades e, sendo comprovado, os responsáveis são rigorosamente punidos".

Outro lado

O advogado do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), Milton Miró Vernalha Filho, vai atuar na defesa dos policiais acusados. Ele disse que, pela manhã, ainda não havia sido informado de todas as acusações e dos detalhes da operação. "A ação é importante, porque a Corregedoria tem que fazer seu papel e preservar a instituição. Mas os acusados terão garantida sua ampla defesa", disse o advogado.

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