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Sem acordo, educadores de creches de Curitiba seguem em greve

Educadores durante ato na manhã desta terça-feira. Sem acordo com a prefeitura, paralisação continua | Marco Lima / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Educadores durante ato na manhã desta terça-feira. Sem acordo com a prefeitura, paralisação continua (Foto: Marco Lima / Agência de Notícias Gazeta do Povo)

A greve dos educadores de creches de Curitiba, chamadas de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), vai continuar por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), logo depois de reunião entre representantes do sindicato e da prefeitura, na tarde desta terça-feira (26). Apesar de admitir alguns avanços na negociação, o sindicato diz que continua a paralisação até que haja acordo para todas as exigências da categoria.

O principal problema é a redução da carga horária. Os educadores pedem que a jornada seja reduzida a 30 horas semanais, mas a prefeitura diz não ser possível. O argumento é de que a redução exigiria a contratação de 7 mil novos educadores, o que oneraria a folha de pagamento em cerca de R$ 21 milhões mensais. A prefeitura também alega que haveria impacto pedagógico negativo, já que algumas crianças poderiam ser atendidas por até três equipes diferentes.

Ana Paula Cozzolino, coordenadora geral do Sismuc, rebate as alegações da prefeitura e diz que a redução da carga horária é essencial para melhorar a qualidade do atendimento. "Hoje vivemos situação muito pior do que se a carga fosse reduzida. Alguns educadores atendem até duas turmas ao mesmo tempo e isso compromete a qualidade. E não precisaria contratar mais 7 mil, o número seria menor", afirma.

A coordenadora admite que a reunião com a vice-prefeita Mirian Gonçalves (PT) e a secretária municipal de Recursos Humanos, Meroujy Cavet, trouxe alguns avanços para a categoria. Ela cita a aposentadoria especial depois de 25 anos e alterações nas eleições para diretor de CMEIS, que estão sob análise, e a instituição da hora-permanência (período para programar aulas e atividades) de 1/3 da carga horária, que deve começar no início do ano letivo de 2014.

Uma nova reunião foi antecipada de quinta-feira para amanhã à tarde. Em seguida, haverá nova assembleia do sindicato para decidir sobre a permanência da greve. "Não aceitamos pauta fatiada", pontua Ana Paula, que diz que os educadores continuarão a paralisação até que haja acordo sobre todos os pontos reivindicados. A prefeitura diz que o diálogo com a categoria continua aberto.Primeiro dia de paralisação

Segundo a prefeitura, dos cinco mil educadores, 37% aderiram à paralisação nesta terça. Dos 197 CMEIs da rede, 12 suspenderam as atividades por falta de servidores. O sindicato, porém, estima que 70% das creches tiveram paralisação parcial das atividades, assim como 50% dos educadores.

Pela manhã, o sindicato confirmou que havia CMEIs fechadas nos bairros Santa Felicidade, Pinheirinho, Cajuru, Boqueirão, Bairro Novo e Centro. À tarde, a coordenadora do Sismuc diz que a intenção é que nenhuma creche feche na quarta-feira, apesar de funcionarem com atendimento reduzido. Ela ressalta, porém, que o manejo de educadores entre as creches para garantir o funcionamento de todas seria responsabilidade da prefeitura.Protesto

Um ato na Praça Santos Andrade abriu as atividades do movimento por volta das 8 horas desta terça. Os manifestantes saíram em caminhada por volta das 10 horas até a Prefeitura de Curitiba.

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