Sem avançar nas negociações salariais de 2014, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) informou que oficializou o indicativo de greve junto às autoridades na manhã desta quarta-feira (19). O comunicado também foi enviado ao sindicato patronal, segundo a entidade, e foi feito logo após a quarta reunião do ano com a entidade que representa as empresas de transporte, que terminou sem acordo.
Com o alerta, a greve da categoria pode ser deflagrada já na tarde do próximo sábado (22) respeitando o período legal de 72 horas entre o informe da decisão e o início da paralisação. No entanto, o Sindimoc informou que a data exata para o início da mobilização só será definida em uma assembleia, prevista para ocorrer no começo da semana que vem.
Na reunião, que deverá ser realizada em três turnos, os trabalhadores também serão convocados para decidir qual será o tipo da mobilização a ser realizada, que pode ser desde atos mais "isolados" como greve total da categoria.
Reivindicações
Conforme o Sindimoc, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) não aprovou nenhum dos 78 itens da pauta de reivindicação da categoria, que inclui reajuste salarial e aumento do valor do vale-alimentação.
Segundo a entidade que representa os trabalhadores, ao contrário dos anos anteriores, desta vez não foram apresentados índices de reajustes fixos. A ideia era de que as empresas oferecessem suas propostas de aumento real, e que as ofertas fossem discutidas com os motoristas e cobradores. No entanto, o Sindimoc alega que o sindicato patronal se propôs apenas a reajustar o salário pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é o indicador oficial para orientar os reajustes de salários dos trabalhadores, com base no aumento da inflação.
"Como não houve nenhuma nova proposta e foi apresentado somente o que a gente já tinha recusado, não restou outra saída. Foram quatro reuniões sem avanço, e a gente entendeu que o melhor era declarar o indicativo de greve", declarou Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc.
Outro lado
O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana informou, por meio de nota encaminhada por sua assessoria de imprensa, que entende a legitimidade das reivindicações feitas pelos trabalhadores, mas que não tem condições suficientes para atender a todos itens que constam na pauta.
"Em função das dificuldades das empresas já há muito apontadas em estudos realizados por doutores em economia da Universidade de São Paulo USP e pela empresa de consultoria, com renome internacional, a KPMG, levadas ao conhecimento do poder concedente e expressas inclusive judicialmente,pelo não cumprimento do contrato, sustentam que as reivindicações dos trabalhadores encontram sérios obstáculos para serem atendidas, devido ao grande número de itens e pelos altos valores reivindicados. Além disso as disposições contratuais estabelecem limites a expansão das despesas com pessoal", diz a nota.
O sindicato também se diz preocupado em relação à segurança das pessoas e pelo zelo do patrimônio, "entendendo que as manifestações públicas são atos legais desde que não cheguem ao vandalismo colocando vidas em risco".
As empresas também manifestam sua preocupação com relação a segurança das pessoas e pelo zelo do patrimônio, entendendo que as manifestações públicas são atos legais desde que não cheguem ao vandalismo colocando vidas em risco.
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