A chuva não veio e mais duas bacias hidrográficas entraram em estado de alerta, nesta quinta (20), na região de Campinas. Agora, já são três rios com possibilidade de restrição na captação de água, além do Camanducaia, onde a medida é aplicada desde terça (18).
Pelas regras da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), estadual, a captação de água para animais e por empresas de saneamento terá de ser reduzida em 20% do limite outorgado. Para indústrias e irrigação, a redução é maior, de 30%.
As bacias ficam ao longo do rio Atibaia, uma na parte mais alta (chamada Alto Atibaia) e outra na parte baixa (Baixo Atibaia). Quinze municípios estão total ou parcialmente inseridos nas bacias, entre eles Campinas, Paulínia, Americana, Atibaia, Itatiba e Bragança Paulista.
A bacia do rio Jaguari está em alerta desde a semana passada. São mais dez municípios ao longo do rio e seus afluentes. Todas as bacias integram a região dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), uma das que mais sofrem com os efeitos da falta de chuvas e da crise hídrica.
Pela medição realizada nesta quinta, a bacia do Alto Atibaia, que fica mais próxima do sistema Cantareira, registra vazão média de 4.900 litros por segundo. Ao atingir 4.000 l/s, é decretada automaticamente restrição na captação. A vazão normal do rio é acima de 5.000 litros por segundo.
Já na bacia do Baixo Atibaia, a vazão média hoje é de 3.850 litros por segundo. A limitação na retirada de água ocorrerá quando atingir 3.500 l/s. A vazão normal é acima de 5.000 l/s.
No Jaguari, a vazão é de 4.620 litros por segundo, e haverá restrição quando chegar a 2.000 l/s. O normal é 5.000 l/s.
Camanducaia
A restrição na captação na bacia do rio Camanducaia ocorreu na terça após a vazão no ponto de medição atingir 1.320 litros por segundo. Na medição desta quinta, a vazão subiu um pouco, para 1.440 l/s, segundo os dados da ANA e Daee. Na bacia, dez municípios são atingidos parcial ou totalmente.
A situação mais grave é em Amparo. O município, de cerca de 70 mil habitantes, depende totalmente do rio Camanducaia para o abastecimento público. A prefeitura já anunciou que poderá adotar racionamento caso a situação piore e não haja redução no consumo por parte da população.
Na cidade também há indústrias, como a fabricante de produtos de limpeza Ypê, que anunciou redução na captação no manancial em 30%, ou 45 mil litros por hora. A autorização de captação da empresa é de 150 mil litros por hora. A Ypê informou que não haverá prejuízo à produção.
A região de Campinas não registra chuvas volumosas há pelo menos 30 dias. A média histórica para o mês de agosto é de cerca de 30 milímetros. A expectativa da meteorologia é de que as chuvas cheguem à região apenas no início da próxima semana -mesmo assim, em volume reduzido.
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