O assentamento Antônio Tavares, situado na antiga Fazenda Mitacoré, na divisa dos municípios de Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu, é uma das áreas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) com infra-estrutura precária. O atraso no repasse de recursos impede o investimento no aumento da produção e na melhoria da qualidade de vida do assentamento, que fica em uma propriedade que pertencia ao extinto Banco Bamerindus e chegou a acumular prêmios pela produção de soja.

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A prioridade do casal Ademar e Lúcia Utzig e da maioria dos assentados é a produção de leite. O produto, vendido a laticínios da região, é lucro certo para as 80 famílias, que atualmente acumulam perdas na agricultura em razão da seca. Mas por falta de recursos, Ademar e Lúcia não conseguem comprar um ordenha mecânica, que custa em torno de R$ 4.800, e até hoje tiram leite das vacas com as próprias mãos, tarefa que cabe também aos dois filhos. "Dói os dedos e os braços" diz Lúcia.

Esse não é o único problema. Em épocas de chuva, os caminhões dos laticínios não conseguem chegar a alguns loteamentos do assentamento para apanhar o leite em razão das precárias condições das estradas. Para minimizar as perdas, os assentados são obrigados a fazer queijo com o leite que não chega ao laticínio.

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Os agricultores também reivindicam a construção de uma escola no local e de poços artesianos para abastecer todas as casas. Hoje, a água que chega ao assentamento vem de postos abertos no fundo dos lotes e não é tratada. (DP)