Por causa da forte neblina em Curitiba e Região Metropolitana, o aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, ficou fechado para pousos por mais de sete horas nesta terça-feira (23). A interrupção foi das 00h05 até as 7h40, segundo informou a Infraero. Nenhum voo foi cancelado, mas cinco atrasaram. As decolagens ocorrem normalmente.
Mesmo acarretando transtornos para passageiros – e gerando um efeito em cascata em outros aeroportos – ainda está longe o dia em que a neblina frequente não mais irá interferir no funcionamento do terminal.
Foi comprado o equipamento que permite pousos com pouquíssima visibilidade – ILS categoria 3A –, mas está encaixotado há cinco anos.
Com o argumento de que falta dinheiro para as obras necessárias para colocar o sistema em funcionamento, não há previsão para que seja instalado.
Enquanto isso, o Afonso Pena continua na condição de o aeroporto brasileiro que mais fecha devido a problemas meteorológicos.
Em 2016 já foram mais de 40 horas com as operações interrompidas – com voos cancelados, atrasados ou desviados para pistas em outras cidades.
A Infraero, estatal que administra aeroportos, promete há mais de uma década que irá providenciar um ILS categoria 3A. Mas, apesar de reconhecer que as condições meteorológicas atrapalham, a Infraero destaca que o fechamento não chega a comprometer 1% do tempo de operação do aeroporto.
A região metropolitana de Curitiba reúne características climáticas e geográficas que favorecem à ocorrência de neblina – que, de uma forma simplória, pode ser considerada uma nuvem que se aproxima do solo.
Atualmente, o Afonso Pena utiliza os sistemas ILS categorias 1 e 2, que permitem operações com pouca visibilidade, mas não nos casos mais intensos.
O ILS 3A colocaria o aeroporto em condições de operar quase sem visibilidade, mas não deve resolver de vez o problema. Atualmente, somente aeronaves e tripulações da Latam e da Avianca estão habilitadas para o pouso usando o sistema. No Brasil, somente o aeroporto de Guarulhos opera com ILS 3A.