"Aqui é fim de linha", reconhece o prefeito de Altamira do Paraná, Ademar Klein (PSB). A população da cidade da Região Central diminuiu 37% nos últimos 11 anos. É como se quatro de cada dez moradores tivessem ido embora. Quando o IBGE contou a população em 1996, havia 6.992 habitantes. Agora, com 2.619 pessoas a menos, Altamira do Paraná se junta a Nova Tebas, também na Região Central, encabeçando a lista dos municípios que mais perderam habitantes na década.
Na Agência do Trabalhador em Altamira do Paraná não há ofertas de emprego. As únicas oportunidades são para a seleção de frangos, em Cafelândia, e para a colheita de maçãs em Santa Catarina. Valdenir Martins Ribeiro, 19 anos, que há seis meses procura trabalho na cidade, conta que está aguardando um contato do irmão que mora em Santa Catarina para ir embora. "O comércio não contrata ninguém e nas poucas propriedades rurais não tem trabalho. Não posso ficar passando necessidades em uma cidade sem futuro", reclama Ribeiro.
Para o prefeito, é a falta de perspectivas de trabalho que barrou desenvolvimento do município. Movimentar a economia local, com a atração de novas empresas, poderia segurar moradores em Altamira do Paraná, mas nem mesmo Klein acredita nessa possibilidade. "A cidade tem uma geografia acidentada e não há saída para qualquer canto. Então não há perspectiva de conseguir a instalação de indústrias no município", reclama. Para tentar impedir o êxodo, o prefeito conta que está incentivando o cultivo de bicho-da-seda e a produção de leite. "Estamos buscando projetos para desenvolver os dois únicos setores que restaram", enfatiza.
A falta de trabalho também interfere no orçamento do município. "Parte da população não paga IPTU e o município deixa de receber R$ 2,5 milhões por ano do FPM, em função da queda no número de moradores", explica o prefeito. Com 260 funcionários, a prefeitura é maior empresa pública que gera postos de trabalho na cidade.
